10 Clipes para conhecer: Chris Cunningham

/ Por: Cleber Facchi 05/03/2011

Por: Cleber Facchi

Depois de abandonar de vez a faculdade de Artes, o britânico Chris Cunningham resolveu dar sequência ao que realmente lhe interessava: filmar. Partindo desse propósito aos 19 anos ele já integrava a equipe de produção do filme Alien 3, além de ter participado da produção de A.I. (Inteligência Artificial), quando este ainda estava nas mãos do cineasta Stanley Kubrick. Porém foi quando resolveu se aprofundar na direção de videoclipes, que o mundo (ou pelo menos uma boa parte dele) conheceu seu trabalho.

Logo em seu primeiro trabalho como diretor, o rapaz deixou bem clara qual seria sua marca. Unindo áudio e vídeo de maneira uniforme Second Bad Vibel, faixa da dupla de IDM/Techno Autechre se transforma em uma sucessão de imagens pulsantes que vão se orientando através das batidas da música. O que seria um resultado simples nas mãos de um diretor convencional, através da mente apurada do britânico se dissolve em um trabalho instigante. A aproximação com artistas da música eletrônica daria ao diretor a possibilidade de dar sequência a trabalhos muito similares, inclusive, uma de suas maiores parecerias seriam ao lado de Richard David James, o homem nos comandos do Aphex Twin,

Com o produtor irlandês, Cunningham deu forma a um de seus trabalhos mais bem elaborados: o videoclipe da faixa Windowlicker. Mesclando coerentemente as imagens do vídeo (praticamente um curtametragem) com as batidas produzidas por James, o resultado se transforma em achado excêntrico e visualmente interessante. Há desde passos de dança até uma edição surpreendente de imagens. A parceria com Aphex Twin voltaria com mais dois clipes, Flex e o excelente Ruuber Johnny, mais uma bem construída união entre som e imagem.

A estranheza e o brilhantismo de seus trabalhos atrairiam os olhares da cantora islandesa Björk, com quem Cunningham produziria um dos mais belos videoclipes até hoje já feitos. Com uma qualidade impecável All Is Full Of Love rompe facilmente os limites de um clipe convencional e se traduz como uma obra prima audiovisual. Quem também se encantaria com o trabalho do diretor britânico seria a conterrânea Madonna, que teria a faixa Frozen dirigida por ele.

Em quase vinte anos de carreira o diretor faria Brian Molko e seus pareceiros do Placebo, assim como o Beth Gibbons do Portishead tocarem embaixo d’água, explodiria as tripas de uma garota ao lado do The Horrors e até remixaria Gill Scott-Heron, misturando sua voz com a imagem de três câmeras em um trem em movimento. No ramo publicitário, Cunningham atuaria na produção de comerciais para a Gucci, Playstation, Nissan entre outros. O britânico atua também como fotógrafo para diversas revistas internacionalmente conhecidas como a Vice, além de desenvolver um projeto em que une música e projeções visuais ao vivo.

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Autechre – “Second Bad Vibel”

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=mTKc_UGG6oM]

Placebo – “36 Degrees”

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=JAt6jpBmHHM]

Aphex Twin – “Windowlicker”

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=l48HTZUHfeQ]

Aphex Twin – “Rubber Johnny”

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=EjAoBKagWQA]

Björk – “All Is Full Of Love”

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=-ufq_FUWPuU]

Madonna – “Frozen”

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Leftfild ft. Afrika Bambaataa – “Afrika Shox”

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Portishead – “Only You”

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The Horrors – “Sheena Is a Parasite”

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=adq_e_NSzQ8]

Gill Scott-Heron – “New York Is Killing Me”

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.