Poucos diretores de videoclipe carregam tanto prestígio nas costas quanto o sueco Jonas Åkerlund. Desde suas primeiras contribuições em meados da década de 1980, até sua firmação na década seguinte, o diretor colaborou para que uma série de artistas conseguisse de fato alcançar o estrelato ou para que abrilhantar ainda mais suas carreiras. Criativo, direto e original, de Ozzy Osbourne à Roxette, de Madonna à Metallica, quem passou pelas lentes de Åkerlund foi agraciado visualmente.

Antes de brilhar no épico Telephone, de Lady Gaga em 2010, o sueco teria de ralar muito e abraçar uma série de projetos. A primeira contribuição do músico foi através da direção de Bewitched, faixa do grupo de heavy metal sueco Candlemass. Porém, seria com a direção de Så länge det lyser mittemot de Marie Fredriksson (uma das partes do Roxette) que de fato o diretor estaria encaminhado. A boa parceria com a cantora renderia um número bem efetivo de videoclipes para o Roxette. Começaria com Fingertips’ 93 e só terminaria em 2001 com o lançamento de The Center Of Heart.

A aproximação com a banda pop sueca efetivaria a entrada de Åkerlund para a direção de diversos clipes de temática similar nos anos 90, como My Favourite Game do The Cardigans. O aproximar de artistas da música pop, porém, não impediriam que o diretor trabalhasse ao lado de músicos e artistas de outros estilos, como o belo resultado de Smack My Bitch Up dos britânicos do The Prodigy ou mesmo clipes feitos para o Metallica e The Smashing Pumpkins.

Uma coisa é certa, o sueco não soube se prender a nenhum estilo, o que de fato ajudou o diretor a contribuir com a carreira de um número bem variado de bandas com estilos completamente opostos. Por exemplo, um de seus trabalhos mais memoráveis está no “clássico” do Blink-182, I Miss You, faixa que mesmo para quem não se interessava pelo conceito da grupo acabou se interessando pela estética sombria e excêntrica das imagens.

Da loirinha junkie de Country Girl, faixa do Primal Scream, ou mesmo com Mika dançando sozinho em quarto bagunçado na canção We Are Golden, não há como limitar o trabalho de Jonas Åkerlund dentro de um único estilo cinematográfico. Diferente de outros diretores tratados aqui na sessão, como Gondry ou Jonze, o sueco transita por um universo de imagens diversificadas.

Uma coisa é incontestável, do encontro entre o sueco e Lady Gaga o resultado não poderia ser mais satisfatório. Seja em Paparazzi ou em Telephone, o fato é que o diretor conseguiu exprimir ao máximo todo seu brilhantismo em duas das películas mais importantes dos últimos anos. Muito mais do que um simples clipe a dupla deu origem a um resultado visual que serve como colírio aos olhos e um agrado aos ouvidos. A ironia de um no som e a perspicácia do outro na direção funciona como uma simbiose única, difícil de ser igualada.

Instável e brilhante, o que não faltam são bons adjetivos para definir a carreira do diretor. Em mais de vinte anos atrás das câmeras, o sueco provou que é possível brilhar sem necessariamente se ater a algum tipo de som, estilo ou elementos chaves que possam o definir, basta uma boa dose de destreza, criatividade e precisão, além de algumas pessoas certas nos meio do caminho.

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Roxette – “Fingertips’ 93”

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The Prodigy – “Smash By Bitch Up”

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Metallica – “Whiskey In The Jar”

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The Smashing Pumpkins – The Everlasting Gaze

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U2 – “Walk On”

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Primal Scream – “Country Girl”

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Madonna – “Jump”

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Mika – “We Are Golden”

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Lady Gaga – “Paparazzi”

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Lady Gaga – “Telephone”