10 Discos Para se Exercitar

/ Por: Cleber Facchi 22/04/2013

Por: Cleber Facchi

10 Discos Para Se Exercitar

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Diga adeus ao sedentarismo, faça alguns alongamentos e corra para a academia, afinal, agora você tem 10 Discos para se Exercitar. De registros para principiantes a obras perfeitas para quem já está acostumado com exercícios pesados, cada álbum da lista valoriza aspectos específicos do universo das academias, pistas de corrida ou espaços para pedalar. Começou hoje? Sem problemas, Cut Copy e Friendly Fires vão te incentivar com leveza e ritmo. Quer dar uma volta de bicicleta pelo parque? Então que tal ao som de Kraftwerk ou ainda LCD Soundsystem se você prefere correr por alguns minutos. Embora pensados dentro de aspectos focados na eletrônica, todos os dez álbuns selecionados revelam sonoridades bastante específicas, indo do Hip-Hop à World Music, passando pelo Noise Pop até o Synthpop. Ouça, dance e se exercite.

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Cut Copy

Cut Copy
Zonoscope (2011, Modular)
Para: Caminhadas e exercícios leves

Acaba de descobrir o “fantástico” universo das academias? Zonoscope do Cut Cupy proporciona a trilha sonora perfeita para o ouvinte iniciante. Construído em cima de um carga de sintetizadores propensos à dança, o terceiro registro em estúdio da banda australiana funciona de maneira crescente, aumentando a dose dos exercícios (e dos sons) gradativamente. Sem perder a leveza e o ritmo dançante, o disco traz na sequência de músicas Need You Now, Take Me Over e Where I’m Going um ótimo preparativo, enquanto no restante do trabalho o grupo dá continuidade aos sons que servem de reforço para a dança ou para as demais atividades dentro da academia. No meio da aceleração, faixas mais brandas como Hanging Onto Every Heartbeat fluem como um rápido descanso na proporção exagerada que This Is All We’ve Got, Alisa e demais composições de referências aceleradas acabam revelando. Para fechar o disco – e a última série de exercícios -, Sun God garante pouco mais de 15 minutos de sons e esforço físico para novamente impulsionar o ouvinte.

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Discovery

Daft Punk
Discovery (2001, Virgin)
Para: Aerobica e corridas

Não há obra que melhor companha o plano de fundo de uma academia do que Discovery. Segundo registro em estúdio da dupla robótica Daft Punk, o álbum se desdobra em uma sucessão de clássicos recentes da música eletrônica, faixas carregadas pelo espírito da década de 1970 e que mesmo perfeitas para as pistas de dança se encaixam perfeitamente em qualquer esteira, musculação ou outro campo de uma academia. São músicas encaixadas dentro de uma linha de baixo essencialmente dançante e efeitos eletrônicos que se sobrepõem de forma a cativar o ouvinte. Logo de cara, One More Time, inaugura o álbum com uma seleção crescente de vozes, sintetizadores anfetaminados e uma batida recheada por groove. Achou pouco? Então que tal o maior hino de incentivo já feito para a busca pelo corpo perfeito: Harder, Better, Faster, Stronger. Se você não se sentir motivado, Aerodynamic, Superheroes e até High Life dão conta do recado.

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Death Grips

Death Grips
The Money Store (2012, Epic)
Para: Musculação e Corridas pesadas

Tente esquecer as letras carregadas de referências obscuras, drogas, sexo e todos os elementos que tradicionalmente compõem os trabalhos do Death Grips. Concentre-se apenas no ritmo e na energia que se espalha por toda a extensão de The Money Store. Orientado por batidas pulsantes, sons repletos de peso e viradas instrumentais que rompem com o óbvio de forma excêntrica, o primeiro registro em estúdio do coletivo californiano é um verdadeiro cardápio para quem pretender se exercitar com estímulo. Enquanto MC Ride berra desesperado nos ouvidos, a bateria e os sons ruidosos de Zach Hill chegam como um incentivo. Há desde faixas que brincam com a aceleração dos sons (Get Got) até composições que lidam com as batidas de forma a instigar o espectador (The Cage). Quando “banda” amarra esses dois elementos de forma decidida, surgem faixas aos moldes de I’ve Seen Footage, uma canção capaz de elevar uma corrida leve,  pedalada ou um simples levantamento de peso a um nível épico.

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Friendly Fires

Friendly Fires
Friendly Fires (2008, XL)
Para: Ginástica

Surgidos na mesma leva britânica que inclui Klaxons, The Sunshine Underground, Late Of Pier e todos os famigerados representantes da “cena” New Rave, o trio Friendly Fires conseguiu se destacar dos demais por um motivo bastante claro: o groove. Enquanto guitarras aceleradas tendem ao que os veteranos do Gang Of Four testaram em começo de carreira, a camada eletrônica serviu para aproximar o trio do que orientava o trabalho do LCD Soundsystem e outros gigantes naquele período. Tudo coberto por uma linha de baixo volumosa e capaz de hipnotizar os versos de fácil assimilação. Quem pretende se exercitar ao som do grupo encontrará uma coletânea de faixas marcadas pelo suingue, indo da música de abertura, Jump In The Pool, passando por In The Hospital, White Diamonds, Lovesick até o hit Skeleton Boy. Uma seleção cativante de faixas perfeitas para quem busca se aquecer, preparar uma corrida leve ou apenas para quem pretende levar um pouco de suingue às sessões de ginástica.

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Hot Chip

Hot Chip
In Our Heads (2012, Domino)
Para: Musculação e correr

Com pouco mais de uma década de atuação, os britânicos do Hot Chip já são responsáveis por alguns do maiores clássicos da eletrônica recente. Ready For The Floor, Take It In, Boy From School, Over And Over e todo um riquíssimo catálogo de sons que ultrapassam os limites da eletrônica comum. Entretanto, é no ainda recete In Our Heads que se esconde a maior sequência de faixas entusiasmadas já construídas pela banda. Da abertura épica de Motion Sickness (uma das melhores canções já feitas pelo grupo), passando pela pop How Do You Do?, o synthpop Don’t Deny Your Heart até estreitar os laços com a House Music em Flutes, Let Me Be Him e Ends Of The Earth, tudo se orienta em uma sequência incrivelmente colorida de sons. É como se todas as composições acumuladas pelo grupo ao longo dos anos se encontrasse em um mesmo ambiente criativo, feito que transforma cada faixa em um ponto de acerto para as pistas, sejam elas de corrida ou de dança. (Resenha)

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Kraftwerk

Kraftwerk
Tour de France (2003, EMI)
Para: Pedalar e correr

Desde o fim da década de 1980 longe dos estúdios ou incapazes de repetir os mesmos inventos do começo de carreira, os membros do Kraftwerk encontraram no 100º aniversário da primeira corrida do Tour de France um incentivo. Durante quase uma hora de duração, sintetizadores levemente entusiasmados se movimentam de acordo com as pedalas, manifestando a trilha sonora exata para o evento. Enquanto os vocais robóticos de Ralf Hütter surgem vez ou outra, o uso abusivo de efeitos climáticos e batidas carregadas pela música Techno impulsionam a execução da obra – uma das mais criativas, mesmo no imenso catálogo de clássicos do grupo alemão. Além das faixa-título, o trabalho concentra uma sucessão de composições individuais de mesmo destaque, como Vitamin, Aerodynamik e Titanium, faixas que ampliam os limites da pista de ciclismo para qualquer campo em que o ouvinte busque se exercitar.

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La Roux

La Roux
La Roux (2009, Polydor)
Para: Academia e corrida

Você já pode estar cansado de ouvir Quicksand, In For The Kill ou qualquer uma das composições pegajosas que há quatro anos sustentam o trabalho de estreia da britânica Elly Jackson (La Roux), mas uma coisa é certa: basta o disco começar a tocar que a dança tem início. E o mesmo vale para os exercícios físicos. Flutuando entre os 120 e 150 BPM, o disco traz nas batidas típicas do Grime a espinha dorsal para que o produtor Ben Langmaid despeje cargas imoderadas de sintetizadores – não em uma medida oitentista, mas em um acabamento reformulado. Cabe aos vocais de Jackson circular todos esses elementos em uma medida que mesmo melancólica (vide o teor sombrio das letras) incentiva pela aceleração. Logo, basta que Tigerlily, Bulletproof ou qualquer outra faixa do disco ganhe forma para que o ouvinte caia no jogo dançante e descontrolado do La Roux. Calce bem os tênis e corra para a esteira.

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LCD Soundsystem

LCD Soundsystem
45:33 (2006, DFA/Nike)
Para: Corrida e Academia

Um disco feito para incentivar os corredores, este foi o pedido que a Nike apresentou ao sedentário James Murphy em 2006, período em que preparava a obra-prima Sound Of Silver (2007). A ideia da empresa era que o produtor revelasse um disco que acompanhasse como plano de fundo todas as etapas de um atleta, indo do aquecimento, ao ápice do exercício físico até a desaceleração do corredor. São exatos 45 minutos e 33 segundos (que inclusive dão título ao trabalho) em que Murphy intercala sintetizadores, sons carregados de groove e uma medida crescente que realmente funciona como reforço ao usuário. Mais do que um exercício perfeito para impulsionar os atletas, 45:33 se aproveita de diversos aspectos do que o veterano Manuel Göttsching, uma das grandes mentes do Krautrock antecipou com E2-E4, trabalho que inspira não apenas a capa do álbum, como a mesma atmosfera instrumental.

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M.I.A.

M.I.A.
Kala (2007, XL)
Para: Academia e correr

É preciso de ritmo para te motivar a fazer qualquer exercício físico? Fique sabendo que Kala, segundo registro da britânica M.I.A. concentra todos – ou pelo menos boa parte deles. Trabalhado em cima de referências diversas à World Music, o disco traz na percussão quente e no clima dançante a proposta que deve abastecer tanto o levantamento de peso como aquela pedalada tradicional. Concentrando algumas das faixas mais importantes da carreira da artista – como Boyz, Jimmy e 20 Dollar – o álbum distribui ao longo de 47 minutos a sonoridade perfeita para alimentar qualquer série de exercícios. Seja em faixas mais leves como Come Around, ou canções como World Town, todas as faixas serve como um estímulo. De quebra você ainda encontra samples de The Clash, Pixies, New Order e até Red Hot Chili Peppers espalhados por toda a obra, complementos para cada novo exercício finalizado.

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Sleigh Bells

Sleigh Bells
Treats (2010, Mom+Pop)
Para: Academia, corrida e lutar

Treats é um disco que parece feito para destruir o adversário. Obra de estreia da dupla norte-americana Sleigh Bells, o álbum se sustenta em uma sequência interminável de ruídos, explosões carregadas de distorção e, claro, os vocais agridoces de Alexis Krauss. Enquanto Derek E. Miller dispara riffs típicos do Heavy Metal, batidas eletrônicas com foco no Hip-Hop funcionam como a grande engrenagem que movimenta o disco, fazendo de cada faixa um pequeno épico do Noise Pop. Não, seu fone de ouvido não está com defeito. Todas as distorções e ruídos que vão de Tell ‘Em à faixa-título no fecho da obra são propositais, um instrumento que a dupla administra mesmo nos momentos de respiro da obra, como Run the Heart e Rill Rill. Todavia, é na porção mais barulhenta do disco que se concentra a beleza no trabalho do casal. Seja nas batidas de Riot Rhythm, nas guitarras de Infinity Guitars ou nos sons mutilados de Tell ‘Em, tudo funciona como um incentivo para malhar –  e até ir para a guerra em alguns instantes.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.