5 DISCOS

/ Por: Cleber Facchi 23/02/2011


O nome já diz tudo. A união de ritmos dançantes com o peso e a agilidade da música punk só poderia resultar num dos estilos que mais marcaram o começo dos anos 2000. Inspirados pelo som de bandas da década de 1970 como Television e Gang Of Four (principalmente), além da música eletrônica e o post-punk dos anos 80 os artistas que fizeram e ainda fazem parte da Dance Punk são sem dúvidas os responsáveis por ter animado a maior parte das festas no começo do novo século.

Não há como atribuir a origem do “movimento” a uma única banda, já que a proliferação desses artistas se deu em escala global e praticamente ao mesmo tempo. Para explicar um pouco melhor o que é a Dance Punk fizemos uma seleção de cinco discos para que você possa entender e dançar com esse estilo.

 

 

The Rapture
Indie Rock/Dance Punk/Electronic
http://www.myspace.com/therapture

 

O primeiro trabalho de estúdio do grupo nova-iorquino The Rapture não apenas ajuda a entender a mistura dançante proposta pelo dance punk, mas também auxilia a compreender um pouco do som dos anos 2000. Echoes (2003) é um dos discos mais importantes do começo da década, muito por conta do resultado anárquico e dançante das composições. O álbum fez o grupo ser arremessado para dentro do grupo seleto de bandas que edificavam a música daquele período. Ao lado de Franz Ferdinand, The Strokes e Interpol o então quarteto fez o mundo dançar ao som de faixas como House Of Jealous Lovers e Heaven.

Desde 2006 sem lançar disco novo – o último trabalho de estúdio foi o agradável Pieces Of The People We Love – e desfalcados de Matt Safer, ex-baixista e vocalista, a banda segue nas gravações de seu quarto álbum em um estúdio em Paris. A previsão é para que o disco saia em algum momento de 2011.

 


Echoes (2003)

 

Para quem gosta de: !!!, LCD Soundsystem e Late Of Píer
Ouça: Heaven

 

 

 

 

The Sunshine Underground
British/Indie Rock/Dance Punk
http://www.myspace.com/thesunshineunderground

 

Surgidos dos subúrbios ingleses de Leeds o The Sunshine Underground e seu debute Raise The Alarm (2006) deram um apelo maior ao lado rock de sua música, mas sem deixar de lado os toques de eletrônica. Através de faixas como Commercial Breakdown o quarteto formado por Craig Wellington, Stuart Jones, Matthew Gwilt e Daley Smith encaminhariam o público para uma viagem sem voltas às pistas de dança.

Embora acabe constantemente classificado com o rótulo de New Rave a proposta da banda é anterior a isso, podendo sim serem classificados como um dos precursores do gênero que mais tarde seria encabeçado pelo Klaxons. Em 2010 a banda voltaria com Nobody’s Coming To Save You, seu segundo disco de estúdio, mas não dotado da mesma força do álbum de estreia.

 

Raise The Alarm (2006)

 

Para quem gosta de: The Rapture, Klaxons e Late Of Pier
Ouça: Commercial Breakdown

 

 

 

 

!!!
Electronic/Dance Punk/Alternative
http://www.myspace.com/chkchkchk

 

Apesar de presentearem o público com dois bons discos – Chk Chk Chk (2001) e Louden Up Now (2004) – seria com Myth Takes de 2007 que o grupo californiano !!! (Chk Chk Chk) seria finalmente reconhecido e ampliaria seu público. Menos dançante e intenso que outros trabalhos focados no dance punk, o terceiro álbum da banda de Sacramento prima por faixas mais extensas e calcadas num bom uso de percussão.

O ritmo cativante do trabalho abriria a possibilidade da inclusão de músicas do grupo em jogos de videogame como da série Tony Hawk’s, FIFA e Grand Theft Auto (GTA), além de inclusive figurar na programação do Cartoon Network. Mesmo com a morte do baterista John Pugh em 2009 a banda daria sequência a carreira e em 2010 lançaria seu quarto trabalho Strange Weather, Isn’t It?.

 

Myth Takes (2007)

 

Para quem gosta de: The Rapture, LCD Soundsystem e Holy Fuck
Ouça: Must Be The Moon

 

 

 

The Funeral Party
Indie Rock/Dance Punk/Electronic
http://www.myspace.com/funeralparty

Embora o álbum inteiro já fosse encontrado na metade de 2010, The Golden Age of Knowhere (2011) a estreia do Funeral Party só chega oficialmente agora, depois de uma pequena edição do projeto inicial. O disco entrega de bandeja um som direto e dançante, típico das bandas de dance punk do começo da década passada, e é preciso concordar, a estreia do quarteto de Los Angeles é uma das coisas mais interessantes dos últimos dois anos. Nada de canções conceituais ou inovações sonoras, apenas rock feito para as pistas, algo que foi completamente esquecido nos últimos anos.

Sejamos francos: o grupo não apresenta nada de inovador e seu disco. Todas as faixas são praticamente idênticas ao que foi lançado por grupos como The Sunshine Underground (principalmente) e The Rapture no início dos anos 2000, quando o rock tinha de ser intenso, rápido e dançante, ou seja, como o rock tem que ser. E é mesmo sem inovar e fazer o que já foi consolidado, que o Funeral Party merece sim ser notado. (Resenha)

 

The Golden Age of Knowhere (2011)

 

Para quem gosta de: The Sunshine Underground, The Rapture e The Vaccines
Ouça: Finale

 

 

 

 

Gang Of Four
Post-Punk/New Wave/Indie
http://www.myspace.com/gangoffour

 

Se for para entender a dance punk é preciso então ir até o cerne de tal sonoridade, e não há banda melhor do que o Gang Of Four para exemplificar isso. Entertainment! disco de estreia da banda lançado em 1979 não serviu apenas para que os voltados a um rock mais dançante pudessem se inspirar. Boa parte dos grupos que surgiram no início dos anos 2000 vieram carregados por influências desse trabalho.

A estreia da banda marcou principalmente pela forma como o guitarrista Andy Gill deu vazão ao som de sua guitarra, criando um ritmo que marcaria para sempre a sonoridade do grupo. Entre idas e vindas a banda acabou de lançar Content (2011) seu mias recente trabalho de estúdio após mais de quinze anos sem um disco de inéditas.

 

 

Entertainment! (1979)

 

Para quem gosta de: Wire, Magazine e Television
Ouça: Demaged Goods

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.