Adeus, Miojo Indie. Olá, Música Instantânea!

/ Por: Cleber Facchi 13/09/2021

O Miojo Indie nasceu em uma tarde quente e marofada de domingo. Enquanto saciava a larica com uma pratada de Nissin Lámen Galinha Caipira, meu sabor favorito até hoje, fazia os últimos ajustes do que viria a ser um perfil no Tumblr para compartilhar com meus amigos os trabalhos recentes de uma série de novos artistas que não parava de ouvir. A ideia era simples: um texto curto e o link para baixar o disco. Terminada a configuração do visual, o nome veio quase que instantâneamente, como uma combinação do que eu havia acabado de comer e o universo musical que dominava a minha mente naquele momento.

Em um intervalo de poucos meses, a página cresceu, o conteúdo migrou para uma plataforma maior e os textos foram ampliados, efeito direto da necessidade de escrever sobre trabalhos como My Beautiful Dark Twisted Fantasy, de Kanye West, e Feito Pra Acabar, de Marcelo Jeneci, que saíram praticamente juntos. Já os downloads, pouco a pouco foram retirados do ar, resultado da imposição das gravadoras que derrubaram o site diversas vezes. Nem as mixtapes, uma das minhas principais fontes de audiência, conseguiram sobreviver.

Independente do formato, o site segue ativo há 11 anos. Foram mais de 3.500 textos de críticas, mais de 7 mil músicas compartilhadas, 88 edições do Cozinhando Discografias, em que comento obras inteiras de um determinado artistas, e uma variedade de outras listas, clipes, entrevistas e conteúdos especiais. Tudo isso tocado por uma única pessoa. Um esforço talvez absurdo, mas que me motiva diariamente, quando acordo às 4h00 da manhã, para botar o conteúdo em dia. Mais de uma década depois, fico feliz em perceber no site um documento minucioso da história recente da música brasileira e internacional.

Daqui pra frente, o nome muda, o site passa por uma reformulação editorial, mas a essência permanece a mesma. O “indie”, que há muito deixou de ser o principal gênero explorado no site, dá lugar à música, e o “miojo”, sobrevive na necessidade de registrar o instante. Música Instantânea. Mas você pode chamar de MI.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.