Versos sufocados de forma explícita pelos sentimentos – “Eu vou me apaixonar por você um dia desses / Eu vou me apaixonar e fugir”; sintetizadores e ambientações eletrônicas, sempre contidas, como um reforço para a delicada construção dos vocais. Com o lançamento de Intern, em junho deste ano, Angel Olsen não apenas conseguiu se distanciar das canções produzidas para o elogiado Burn Your Fire for No Witness, de 2014, como parecia indicar a busca por um novo catálogo de sonoridades, conceitos e temas confessionais.

Em My Woman (2016, Jagjaguwar), terceiro registro em estúdio da cantora, pela primeira vez desde o inaugural Half Way Home, de 2012, Olsen deixa de se apresentar ao público como a figura central do trabalho, interpretando diferentes personagens e histórias entristecidas ao longo da obra. Uma mudança que se faz evidente tanto na sonoridade que rege o disco, costurada por temas eletrônicos e guitarras firmes, como na imagem adotada pela artista para os vídeos de Intern e Shut Up an Kiss Me. Leia o texto completo.

Porção menor, mas não menos importante de My Woman – 13º lugar na nossa lista dos 50 Melhores Discos Internacionais de 2016 –, Pops foi a composição escolhida para se transformar no mais novo clipe de Angel Olsen. Dirigido pela própria cantora em parceria com Jethro Waters, o vídeo utiliza da mesma atmosfera cinza e melancólica da canção para orientar as imagens marcadas pelo completo isolamento da artista.

Angel Olsen – Pops