Brigadeiros, Balões e uma noite de Música Francesa

/ Por: Cleber Facchi 29/11/2011

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“Está todo mundo aqui”. Essa foi uma das frases que mais se ouviu na noite de sexta (25 de Novembro) durante a celebração do aniversário de 13 anos do James Bar – espécie de Meca dos Indies paranaenses. E de fato estava todo mundo lá, ou pelo menos grande parte dos frequentadores da casa, o belo conjunto de DJs que ela comporta e até membros de bandas que já se apresentaram ou mesmo nasceram no palco da cultuada casa de shows. Com um público visivelmente dividido – boa parte dos presentes pareciam mais interessados em ocupar as mesas “externas” do Moinho Eventos (local onde o evento foi realizado) do que curtir o som em si -, vencedores foram os que resolveram se entregar aos pequenos espetáculos daquela noite.

Primeira grande atração do evento, o grupo Copacabana Club – banda que nasceu e cresceu nos palcos da casa aniversariante – mostrou estar mais do que em casa, mobilizando um repertório bem explorado e levando o público (naquele momento já bem extenso) ao delírio durante toda a execução de sua performance. Contando apenas com a presença dos integrantes da formação original do grupo (ou pelo menos os que restaram), a banda mostrou ao vivo todos os motivos de serem um dos grupos mais queridinhos da nova safra, apresentando um verdadeiro catálogo de músicas pegajosas que mantiveram o espírito da festa em alta durante todo o tempo.

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Estranho perceber que em estúdio – a banda lançou o primeiro disco em junho deste ano – o quarteto não é nem um décimo do que esbanja nos palcos, algo que o grupo foi capaz de demonstrar tanto na apresentação das memoráveis Sex Sex Sex e Back Yard, como no hit absoluto Just Do It (cada vez menos presença obrigatória nos shows). O melhor, entretanto, ficou por conta de um pequeno conjunto de músicas inéditas que a banda foi suavemente lançando ao público. Menos “Wannabe CSS” e mais abrasileiradas, as novas composições – a melhor delas chamada Sixties – deram algumas dicas dos possíveis rumos dos paranaenses, que pela pintura corporal da vocalista Cacá V (no melhor estilo Timbalada) já apontam aonde eles podem chegar.

Findado o show – a programação foi seguida rigorosamente -, mais uma bela discotecagem com faixas escolhidas a dedo por Claudio Yuge trouxeram certo tom nostálgico ao evento, mediante a coleção de músicas que pareciam retratar boa parte do que foram os 13 anos do “aniversariante”. Entre hits como Animal do Miike Snow, Sleepy Head do Passion Pit e até California do Phantom Planet (sim, a música de abertura do seriado The O.C.), a estrutura foi lentamente sendo montada para a principal atração da noite e o motivo de grande parte do público estar ali: Yelle.

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Em turnê pelo Brasil para a divulgação do agradável álbum Safari Disco Club,a cantora transformaria sua apresentação em uma verdadeira pista de dança (algo previamente imaginado), porém, com faixas “límpidas” demais. Abrindo o show oculta em vestes obscuras (lembrando uma espécie de “alga humana”) e protegida por uma soma de pequenos sintetizadores atmosféricos, Yelle e os parceiros GrandMarnier e Tepr foram dando pequenos apontamentos de como seguiria a apresentação naquela noite, entusiasmando o público, porém, mascarando algumas faixas visivelmente com Playback. Em diversos momentos tanto Yelle quanto os parceiros erraram e a música seguiu – algo que o show de luzes do espetáculo não conseguiu ocultar.

Contudo, o público não parecia nada preocupado em relação a isso. Visivelmente participativos e embromando alguns versos em francês, os espectadores se animaram ao som dos grandes hits da cantora – como a faixa título do novo álbum ou a velha conhecida A cause des garçons -, deixando para as canções menos conhecidas alguns momentos de silêncio ou espaços elogiar a cantora. Depois da apresentação, mais música, com a discotecagem ativa até o raiar do dia, ou até quando houvessem convidados na festa.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.