Coletânea Cena Independente #25

/ Por: Cleber Facchi 04/02/2014

capa Cena Independente 25

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Convidado pelo FUGA Underground, o Miojo Indie é o mais novo parceiro a integrar a coletânea musical Cena Independente. Para a 25ª edição do projeto, sete artistas de diferentes partes do país foram escalados de forma a pintar um quadro do panorama independente/alternativa que ocupa a música brasileira. A seleção – que pode ser baixada gratuitamente por aqui -, tem audição disponível no player logo abaixo, junto com as informações de cada um dos artistas selecionados.

#01. Baleia – Motim [RIO DE JANEIRO: RockInPress]

Gênero: alternativo/clássico/regional

Entre piadas de mal gosto como ‘nadando entre tubarões’ ou ‘mergulhando com a nova cena brasileira’, o Baleia é peixe-grande (não resisti). A banda carioca surpreende por sua originalidade, pelas misturas inesperadas e pelo cartel de músicas incrivelmente belas. Não por acaso são o grupo mais comentado do cenário atualmente e prometem dar muito trabalho aos antenados da música em 2014. “Motim” é um bom exemplo dessa loucura somada dentro dos arranjos dos jovens, indo do clássico ao alternativo e o regional no mesmo acorde.

Para quem gosta de: Castello Branco, Mohandas, Abayomy Afrobeat Orquestra

#02. Foba – Por Que Você É Tão Legal? [PARANÁ: Defenestrando]

Gênero: indie/psicodélico/stoner/hard rock

Giuliano Batista, o Foba, tinha algumas músicas que ele costumava tocar no violão para os amigos durante festinhas intimistas. Todos vibravam e gostavam das canções espontâneas e das performances alucinadas, então Foba resolveu levar suas composições adiante e transformá-las em um projeto: ele convidou os músicos e parceiros Alexandre Guedes e Wonder Bettin (ambos do Esperanza), Marcos Dank (do Trem Fantasma), Guilherme Pereira e João Caserta para passar o carnaval de 2013 fazendo um som em uma casa no Balneário Coroados, litoral do Paraná. Foi por lá que nasceu o EP “Coroados”. A faixa “Por que você é tão legal?” é uma mistura doida de hard rock, stoner e psicodelia.

Para quem gosta de: Pata de Elefante, Tame Impala, Foo Fighters

#03. Uyatã Rayra & A Ira de Rá – Amendoim [BAHIA: El Cabong]

Gênero: experimental/afrobeat

Vindo direto de Feira de Santana, esse grupo faz jus ao nome estranho. Uyatã Rayra é o mentor do projeto que, acompanhado da banda A Ira de Rá, faz um som que trafega por estilos diversos criando uma sonoridade bastante particular. Pop e experimentalismo dialogam, com canções, refrões, mudanças de andamento e dissonâncias conseguindo conviver numa mesma música. Assim, não é difícil no meio das quatros interessantes e bem produzidas faixas do EP ‘Mórula’, se encontrar psicodelia, ijexá, reggae, baião, samba de roda, eletrônica e afrobeat. Um trabalho com pé nas raízes, mas com um olhar para frente e aberto para o mundo.

Para quem gosta de: Tom Zé, Chico Science, Pedra Branca

#04. Dubom Rap – Mantra [RIO GRANDE DO NORTE: FUGA Underground]

Gênero: Rap

Dubom Rap é um dos grupos mais recentes e populares na música potiguar. Seu primeiro single, “Doce Flor”, lançado no primeiro semestre do ano passado, atingiu improváveis 18 mil execuções no Soundcloud – um número bastante expressivo para a realidade local. Na metade de janeiro, o grupo voltou a chamar atenção, agora pela qualidade de seu primeiro clipe, uma produção acima da média para seu segundo single, “Mantra”.

Para quem gosta de: ConeCrewDiretoria e Rashid

#05. Viní – Up 2 da Club [SÃO PAULO: Miojo Indie]

Gênero: instrumental hip-hop/bass

As batidas tomam conta de São Paulo. Parte da nova safra de produtores que vêm brincado com o Instrumental Hip-Hop, Vinícius Miguel, ou melhor, Viní usa do manuseio preciso dos samples e beats como base para uma trilha sonora essencialmente noturna. São emanações que ultrapassam os limites das pistas, cortam os prédios e mergulham de forma lasciva em baixo dos lençóis. Atento ao que ocupa o cenário musical estrangeiro, o artista faz da obra de grandes produtores – britânicos ou estadunidenses – uma simples base para o que parece tratado com plena identidade e autonomia. Música para ouvir, dançar ou simplesmente botar pra dentro.

Para quem gosta de: SANTS, CERSV e Ryan Hemsworth

#06. In Fectos – Novo Oeste [ALAGOAS: Sirva-se]

Gênero: punk rock/garage rock/rockabilly

Rock nervoso e deselegante, essa é a In Fectos, banda de Maceió que acaba de soltar na rede o seu primeiro EP, anteriormente haviam lançado um demo e agora se dedicaram mais ao trabalho e produziram um material mais elaborado. Som garageiro que bebe na fonte de bandas de vários estilos musicais, mas que encontra no pré-punk, ou como queria chamar, suas maiores referências. O EP tem 5 músicas e cada uma com um pegada diferente, como é o caso da faixa “Novo Oeste” que traz um blues torto intercalado com parte mais rock’n roll. Um bom início de ano para banda que começa 2014 entrando em uma nova fase e amadurecendo cada vez mais sua música torta, bêbada e barulhenta.

Para quem gosta de: Stooges, Mechanics, Zumbis do Espaço

#07. Semente de Vulcão – Ray Charles [PERNAMBUCO: AltNewspaper]

Gênero: mpb/alternativo/regional

A Semente de Vulcão é uma banda pernambucana criada em 2008, com um som voltado para o acústico e com um show performático e bem forte. O grupo está às vésperas de lançar seu primeiro disco, que sai dia 24 de Janeiro, com produção de Paulo Rafael (ex-Ave Sangria), grande influência do grupo. Em Ray Charles, temos uma homenagem ao homem e uma mostra do que está por vir no novo disco o sexteto, uma erupção sonora saída do fundo da terra.

Para quem gosta de: Ave Sangria, Secos e Molhados, Ney Matogrosso

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Cena Independente é uma coletânea mensal produzida por diversos blogs brasileiros com o objetivo de divulgar a nova música de seus estados. A mixtape é organizada pelo FUGA Underground e publicada sempre no último dia de cada mês pelos blogs parceiros. Convidados pelo AltNewspaper, Marcos de Lima e Thiago Couceiro do coletivo Psicodelícia assinam a capa da 25ª edição.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.