Cozinhando Discografias: MF DOOM

/ Por: Cleber Facchi 26/01/2021

Nascido em Londres, porém, criado em Long Island, no estado de Nova Iorque, Daniel Dumile (1971-2020) talvez seja um dos personagens mais misteriosos e influentes do rap norte-americano. Conhecido pelo extenso repertório e uso de diferentes pseudônimos, como Zev Love X, King Geedorahm, Viktor Vaughn e Metal Fingers, o rapper britânico fez da máscara de Doutor Destino, grande vilão do Quarteto Fantástico, a icônica representação daquela que seria conhecida como sua principal identidade artística, a de MF DOOM. Em atuação desde o início dos anos 1990, quando deu vida ao grupo KMD, o artista fez da poesia sarcástica, criativo jogo de palavras e fragmentos extraídos dos mais diversos campos da cultura pop a base para uma das discografias mais inventivas do gênero. De importantes registros autorais, como Operation: Doomsday (1999) e Take Me to Your Leader (2003), passando pelo encontro com diferentes realizadores, como Madlib, Danger Mouse e Jneiro Jarel, sobram trabalhos que sintetizam a pluralidade de ideias e completa versatilidade de Dumile. Para ajudar nessa jornada de mais de três décadas de produção, organizei do pior para o melhor lançamento cada álbum de estúdio apresentado pelo rapper e seus diversos colaboradores. Qual é o seu favorito?


#14. NehruvianDoom
NehruvianDoom (2014, Lex Records)

Com exceção de encontros pontuais com nomes como Madlib (Avalanche), Ghostface Killah (Victory Laps) e The Avalanches (Frankie Sinatra), a década de 2010 trouxe obras pouco significativas para a extensa discografia de MF DOOM. E isso se reflete com naturalidade em um dos últimos trabalhos apresentados pelo britânico: NehruvianDoom (2014). Único registro da parceria com o rapper norte-americano Bishop Nehru, o álbum que conta com produção assinada por DOOM mais parece uma tentativa de replicar alguns dos principais conceitos do artista. São bases sampleadas e batidas tortas que apontam para clássicos como Operation: Doomsday (1999) e Mm..Food (2004), porém, a todo momento se pedem nas rimas pouco inspiradas do jovem rapper. Nem mesmo a derradeira Disastrous, resgatada dos arquivos em conjunto com Madlib, parece capaz de salvar o álbum.

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#13. Viktor Vaughn
Venomous Villain (2004, Insomniac, Inc.)

Entre 1999 e 2004, Daniel Dumile enfileirou uma verdadeira coleção de clássicos. Da estreia em carreira solo, com Operation: Doomsday (1999), passando por obras como Take Me to Your Leader (2003), até alcançar o colaborativo Madvillainy (2004), sobram trabalhos em que rapper britânico parece testar os próprios limites dentro de estúdio. Com tantos registros bem-sucedidos, não seria uma surpresa se cedo ou tarde Dumile apresentasse sinais de cansaço. E isso ficou bastante evidente com a entrega de Venomous Villain (2004). Segundo registro sob o pseudônimo de Viktor Vaughn, o sucessor de Vaudeville Villain (2003) mais parecer uma continuação pouco inspirada do registro entregue meses antes do que uma obra realmente atrativa. São retalhos instrumentais e poéticos que parece dar voltas em torno de um limitado conjunto de ideias, direcionamento que se completa pela presença de nomes como System D-128, Dub-L e o então iniciante Diplo.

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#12. MF DOOM & MF Grimm
Special Herbs + Spices Volume 1 (2004, Day By Day Entertainment)

Primeiro registro da série de colaborações que seriam apresentadas por MF DOOM ao longo dos anos 2000, Special Herbs + Spices Volume 1 (2004) nasce do encontro entre o artista britânico e o rapper nova-iorquino Percy Carey, o MF Grimm. Como indicado no primeiro encontro da dupla, MF EP (2000), o registro de 14 faixas se divide entre as batidas do produtor inglês e as rimas do artista estadunidense. São canções que posteriormente seriam compiladas dentro da série Special Herbs, mas que ganham novo resultado no lirismo improvisado de Carey. De fato, parte expressiva do trabalho foi composto minutos antes de ser registrado em estúdio, com o rapper costurando as palavras e referência ao próprio passado em cima da batida de DOOM. Recebido de forma tímida na época em que foi lançado, esse seria o último álbum da dupla. Pouco tempo após o lançamento do trabalho, conflitos entre os dois artista levariam ao fim da parceria.

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#11. JJ DOOM
Key to the Kuffs (2012, Lex Records)

Key to the Kuffs (2012) pode não ser um dos grandes álbuns da carreira de MF DOOM, porém, emula com naturalidade uma série de conceitos que fizeram do rapper britânico um dos nomes mais cultuados do meio. Produto da parceria com Jneiro Jarel, o trabalho produzido em um intervalo de dois anos ganha forma em meio batidas tortas, camadas de sintetizadores e samples sempre pontuais, como uma extensão natural de tudo aquilo que o próprio Jarel vinha produzindo desde a década de 1990. Não por acaso, parte expressiva dos convidados ao longo da obra, como Damon Albarn (Blur, Gorillaz), são justamente artistas com quem o produtor estadunidense havia colaborado anteriormente. Some isso a nomes como Beth Gibbons (Portishead) e Khujo Goodie e você tem em mãos um registro talvez contido, porém, repleto de bons momentos. Lançada um ano mais tarde, a edição especial do disco ainda viria acompanhada de remixes produzidos por nomes como Thom Yorke, BADBADNOTGOOD e Beck.

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#10. Czarface & MF DOOM
Czarface Meets Metal Face (2018, Get On Down / Silver Age)

Czarface Meets Metal Face (2018) é o trabalho que mais se distancia de toda a discografia de MF DOOM. Não por acaso, talvez seja um dos mais interessantes do artista em seus últimos anos de atuação. Produto da parceria entre o rapper britânico e o coletivo norte-americano Czarface, o álbum segue uma estrutura linear quando próximo da abordagem fragmentada que define clássicos como Operation: Doomsday (1999) e Madvillany (2004). Parcialmente distante do rico catálogo de samples que acompanha as criações de DOOM desde o início dos anos 1990, o registro cresce em meio a arranjos cuidadosamente trabalhados dentro de estúdio. São camadas de sintetizadores, arranjos de sopro e batidas que se entrelaçam do início ao fim da obra, refinamento explícito na versão instrumental do trabalho, lançada em paralelo ao disco.

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Menção Honrosa: Metal Fingers
Special Herbs: The Box Set Vol. 0–9 (2006, Nature Sounds)

Embora conhecido pelas diferentes identidades artísticas e diálogos com incontáveis representantes da cena norte-americana, um dos principais traços da obra de Daniel Dumile sempre esteve no caráter prolífico do produtor inglês. Exemplo disso pode ser percebido em toda a sequência de obras que integram a série Special Herbs. São mais de 80 composições instrumentais que se espalham em um intervalo de três horas de duração. Instantes em que o artista britânico vai do jazz ao soul, do experimentalismo eletrônico ao pop psicodélico em uma criativa sobreposição de ideias e elementos que viriam não apenas a consolidar o hip-hop instrumental, como serviram de inspiração para o surgimento de artistas como Flying Lotus, Teebs e toda uma série de realizadores da cena californiana. Lançado de maneira fragmentada por diferentes gravadoras entre 2001 e 2006, o material seria posteriormente organizado na coletânea Special Herbs: The Box Set Vol. 0–9 (2006), registro que conta ainda com músicas produzidas na época do KMD.

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#9. KMD
Black Bastards (2001, ReadyRock)

Com a boa repercussão em torno do primeiro álbum de estúdio, Mr. Hood (1991), o KMD tinha tudo para se transformar em um novo fenômeno do rap nova-iorquino. A própria Elektra Records, gravadora do trio na época, encomendou um novo registro de inéditas. Entretanto, uma série de acontecimentos trágicos tornariam futuro do trabalho, batizado de Black Bastards, e do próprio grupo bastante incerto. Logo no início das gravações, Onyx the Birthstone Kid Rodan decidiu abandonar o trio para focar nos estudos, deixando os irmãos Daniel (Zev Love X) e Dingilizwe Dumile (DJ Subroc), como únicos responsáveis pelo projeto. Contudo, antes que o disco, fosse finalizado, um acidente de carro tirou a vida e interrompeu precocemente a carreira de Dingilizwe. Zev Love X até tentou seguir com a produção do material, mas a polêmica imagem de capa escolhida pelo rapper e atritos com a gravadora deixaram a obra em suspenso. Foi só no início dos anos 2000 que Black Bastards foi oficialmente lançado, fazendo de músicas como What a Niggy Know? e It Sounded Like a Roc uma extensão natural de tudo aquilo que o rapper e seus parceiros haviam testado no disco anterior.

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#8. KMD
Mr. Hood (1991, Elektra)

Alavancado por nomes como De La Soul, A Tribe Called Quest, Public Enemy e Wu-Tang Clan, o rap nova-iorquina vivia um de seus momentos mais ricos no início da década de 1990. Em meio a onda de artistas que davam novo significado ao gênero, um grupo original da litorânea Long Beach se destacada pelo inusitado uso dos samples e caráter inovador das batidas e rimas. Era o KMD. Na época formado pelos irmãos DJ Subroc, Zev Love X, uma das primeiras identidades artísticas de Daniel Dumile, e Onyx the Birthstone Kid Rodan, o trio rapidamente caiu nas graças da Elektra Records que topou investir no primeiro álbum de estúdio do grupo, Mr. Hood. Lançado em um ano que revelou obras importantes como Nevermind, do Nirvana, e Loveless, do My Bloody Valentine, o disco não apenas preserva a essência do rap nova-iorquino da época, como antecipa uma série de conceitos que viriam a ser explorados pelo Dumile em seus futuros trabalhos como MF DOOM. Uma criativa colagem de referências à cultura pop, mas que em nenhum momento deixa de discutir questões como racismo, violência policial e empoderamento negro de forma sempre particular e bem-humorada.

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#7. Danger Doom
The Mouse and the Mask (2005, Lex / Epitaph / Metalface Records)

O que acontece quando dois dos nomes mais prolíficos da cena norte-americana se encontram dentro de estúdio? A resposta está nas canções de The Mouse and the Mask (2005). Primeiro registro da parceria entre MF DOOM e Danger Mouse, o trabalho concebido a partir de samples do bloco Adult Swim, do Cartoon Network, concentra o que há de melhor no som produzido por cada realizador. Enquanto o rapper britânico mantém firme a rima sarcástica e incontáveis referências à cultura pop, o produtor norte-americano brinca com a criativa tapeçaria instrumental e rítmica que passeia por diferentes campos da música negra. Canções como Sofa King e Old School que sintetizam a completa versatilidade dos dois realizadores. O trabalho conta ainda com a colaboração de nomes como Cee Lo Green, Talib Kweli e Ghostface Killah, além, claro, de personagens animados como Space Ghost e Harvey, O Advogado.

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#6. DOOM
Born Like This (2009, Lex)

Depois de um período bastante agitado no início da década, Daniel Dumile decidiu desacelerar e investir em uma série de obras menores. Não por acaso, quando regressou com Born Like This (2009), último em carreira solo com a alcunha de DOOM, o rapper britânico atraiu as atenções de grande parte da imprensa e público. E o resultado, como esperado, não desagradou. Parcialmente distante da rica tapeçaria instrumental e samples que embalaram obras como Operation: Doomsday (1999) e Mm..Food (2004), o rapper decidiu investir em um trabalho direto, sombrio e marcado pela força das rimas. Canções que vão de conflitos urbanos a temas existencialistas, como a passagem para uma nova fase na carreira do artista. Um misto de passado e presente que ainda se completa pela participação de nomes importantes como Raekwon e Ghostface Killah, do Wu-Tang Clan, além dos velhos parceiros, caso  de J Dilla e Madlib.

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#5. King Geedorah
Take Me to Your Leader (2003, Big Dada)

Mesmo com a boa repercussão em torno de Operation: Doomsday (1999), primeiro trabalho sob a máscara de MF DOOM, Daniel Dumile decidiu manter a discrição e investir em uma nova identidade artística. Inspirado pelos filmes de monstro do cinema japonês e antigos tokusatsu, o rapper britânico deu vida ao primeiro e único álbum como King Geedorah: Take Me to Your Leader (2003). Com nome inspirado pelo monstro homônimo da série Godzilla, o registro que trouxe faixas como Krazy World e a colaborativa Next Levels mostra a busca de Dumile por novas possibilidades dentro de estúdio. São fragmentos instrumentais e melodias tortas que vão do jazz ao soul dos anos 1970, estrutura que se completa pela fina base eletrônica assinada pelo também misterioso produtor Metal Fingers, outro importante pseudônimo do rapper. O resultado desse processo está na entrega de uma obra essencialmente versátil, como uma síntese criativa de tudo aquilo que MF DOOM viria a produzir até o fim da década.

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#4. MF DOOM
Mm..Food (2004, Rhymesayers)

Embora adepto de diferentes identidades criativas, de tempos em tempos, Daniel Dumile regressava ao MF DOOM. Sob a máscara do icônico pseudônimo, o rapper britânico lançou em novembro de 2004 uma de suas maiores obras: Mm..Food. Vindo de uma sequência de registros importantes lançadas em um intervalo de poucos meses, como Vaudeville Villain (2003) e Madvillainy (2004), o artista fez do trabalho de 15 faixas uma natural continuação do material entregue em Operation: Doomsday (1999). Da escolha dos samples, mais uma vez resgatados de antigos seriados de TV, passando pela composição dos versos, mergulhados em temas urbanos, racismo e criminalidade, tudo soa como uma extensão do fino repertório entregue pelo artista nos primeiros projetos autorais. A diferença está no caráter melódico da obra. São canções que se esquivam do som abstrato testado ao lado de Madlib, como se Dumile estreitasse a relação com o ouvinte, conceito que se reflete em algumas das principais faixas do disco, caso de Hoe Cakes e Potholderz.

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#3. Viktor Vaughn
Vaudeville Villain (2003, Sound-Ink)

Enquanto mergulhava na composição de Madvillainy (2004), Daniel Dumile manteve firme o intenso processo criativo e construção de diferentes identidades artísticas. Entre os pseudônimos que mais se destacam, está o de Viktor Vaughn, corruptela da verdadeira identidade do Doutor Destino, grande vilão do Quarteto Fantástico, e principal fonte de inspiração para o personagem adotado por MF DOOM. Sob o título vilanesco, o rapper deu vida ao sombrio Vaudeville Villain (2003), obra em que rompe parcialmente com a sonoridade incorporada nos antecessores Operation: Doomsday (1999) e Take Me to Your Leader (2003), porém, carrega nos versos o mesmo caráter provocativo e ironia fina. Composições que discutem violência policial, racismo e morte de forma tão expressiva quanto o material apresentado em Black Bastards (2001), último disco do KMD, proposta que faz do álbum um misto de sequência e engenhosa ruptura do material produzido pelo rapper.

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#2. MF DOOM
Operation: Doomsday (1999, Fondle ‘Em Records)

Com o fim das atividades do KMD, efeito direto da morte precoce do irmão, o rapper Dingilizwe Dumile (DJ Subroc), e conflitos com a gravadora que atrasaram o lançamento de Black Bastards (2001), Daniel Dumile acabou se distanciando dos palcos. Entretanto, em uma tentativa de preservar a própria identidade criativa e seguir com o trabalho como rapper, em 1997, o artista começou a se apresentar com o rosto coberto, fazendo da máscara de Doutor Destino, um dos grandes vilões da Marvel, o início da produção como MF DOOM. Primeiro registro dessa nova fase, Operation: Doomsday reflete a capacidade de Dumile em jogar os instantes, mergulhando na composição de versos urbanos e canções marcadas pelo som delirante dos temas e samples que se conectam diretamente às rimas. São músicas como Doomsday, Rhymes Like Dimes, Go With The Flow e Dead Bent que se completam pela inserção de trechos de filmes, músicas empoeiradas dos anos 1970 e antigos seriados de TV, principalmente a animação do Quarteto Fantástico, estrutura que seria melhor explorada no clássico Madvillainy (2004), bem-sucedido encontro com Madlib.

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#1. Madvillain
Madvillainy (2004, Stones Throw)

Produtor em ascensão na cena californiana, Otis Jackson Jr., o Madlib, foi entrevistado no início dos anos 2000 pelo Los Angeles Times. Questionado sobre quais seriam o nomes com quem gostaria de trabalhar, o artista respondeu sem pensar duas vezes: J Dilla e MF DOOM. Enquanto o primeiro viria a se transformar em um de seus principais parceiros ao longo da carreira, o segundo estava desaparecido desde o lançamento de Operation: Doomsday (1999). Imerso em registros pessoais e vivendo em diferentes cidades, o rapper britânico foi contatado por um executivo da Stones Throw Records, teve contato com algumas composições de Madlib e descobriu o interesse do produtor em realizar um álbum de forma colaborativa. Depois de pedir um adiantamento de U$ 1500 e um quarto de hotel, Daniel Dumile voou para Los Angeles, onde se encontrou com o novo parceiro e deu início ao que seria uma das obras mais cultuadas do rap estadunidense: Madvillainy.

Concebido entre 2002 e 2004, com diversas pausas para que cada realizador investisse em seus próprios projetos, como Take Me to Your Leader (2003), Champion Sound (2003) e Vaudeville Villain (2003), Madvillainy é o tipo de obra que parece maior e mais complexa a cada nova audição. E não poderia ser diferente. São incontáveis camadas instrumentais, fragmentos de vozes, rimas lisérgicas e trechos de programas de TV, estrutura que se completa pela inserção de fragmentos de músicas brasileiras, como Mariana Mariana, de Maria Bethânia, e Adormeceu, do grupo carioca O Terço, produto de uma imersão de Madlib durante uma estadia na cidade de São Paulo. O resultado desse processo está na entrega de um registro totalmente anárquico, torto e abstrato, proposta que não apenas viria a orientar os futuros lançamentos da dupla, como serviria de inspiração para o som produzido por nomes como Flying Lotus, Tyler, The Creator, Danny Brown e Earl Sweatshirt. Um delírio da primeira à última faixa.


Ouça:

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.