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Ano: 2017

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Djonga, Don L e Young Buda

Ouça: Te Amo Desgraça e En Tu Mira

9.3
9.3

Baco Exu do Blues: “Esú”

Ano: 2017

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Djonga, Don L e Young Buda

Ouça: Te Amo Desgraça e En Tu Mira

/ Por: Cleber Facchi 02/03/2020

Empoderamento negro, religiosidade, confissões românticas e a busca pela transformação pessoal, esses são alguns dos temas discutidos por Baco Exu do Blues no primeiro álbum de estúdio da carreira, Esú (2017). Produto das ideias e experiências acumuladas pelo rapper baiano desde a entrega da polêmica Sulicídio, um ano antes, o trabalho que conta com produção assinada pelo Nansy Silvvs, encontra na força dos versos o estímulo para uma das obras mais impactantes do rap nacional em sua fase mais recente. Da abertura do disco, na crescente Intro, completa pela presença de KL Jay, dos Racionais MC’s, passando pelo desespero dos versos em En Tu Mira (“O álcool está me matando / Minha raiva está me matando / Sua expectativa em mim, está me matando / Homem não chora, foda-se, eu tô chorando“), até alcançar a derradeira Imortais e Fatais, cada fragmento do registro reflete o esmero do artista na composição dos elementos.

São camadas instrumentais que vão da percussão tribal ao uso de ritmos regionais, caso de Abre Caminho e Capitães de Areia; canções que utilizam de referências extraídas de diferentes campos da cultura pop, como em A Pele Que Habito e na própria faixa-título, ou mesmo versos em que as rimas transbordam sentimentos. É o caso da confessional Te Amo Disgraça, canção que serviu para apresentar o trabalho do artista a toda uma parcela de novos ouvintes. “Bebendo vinho / E quebrando as taça / Fudendo por toda casa / Se divido o maço, eu te amo, disgraça“, rima enquanto batidas e vozes complementares se espalham em meio a sintetizadores densos, abraçando o R&B. Um minucioso exercício de apresentação e busca por novas possibilidades, como se do universo desbravado durante o lançamento das primeiras canções, o rapper baiano fosse além.


Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.