Image
Crítica

Boogarins

: "Manual ou Guia Livre de Dissolução dos Sonhos"

Ano: 2015

Selo: StereoMono / Other Music

Gênero: Rock Psicodélico, Indie Rock

Para quem gosta de: Bike e Catavento

Ouça: Avalanche e Falsa Folha de Rosto

9.0
9.0

Boogarins: “Manual”

Ano: 2015

Selo: StereoMono / Other Music

Gênero: Rock Psicodélico, Indie Rock

Para quem gosta de: Bike e Catavento

Ouça: Avalanche e Falsa Folha de Rosto

/ Por: Cleber Facchi 08/05/2020

Com o sugestivo título de Manual ou Guia Livre de Dissolução dos Sonhos (2015), o segundo álbum de estúdio do Boogarins diz a que veio antes mesmo que a primeira música tenha início. Da colorida imagem de capa, uma ilustração assinada pelo filho do designer Nei Caetano da Silva, passando pela composição das letras e melodias sempre delirantes, cada fragmento do registro convida o ouvinte a se perder em um território onde sonho e realidade se confundem a todo momento. São versos de essência onírica, canções montadas a partir de retalhos instrumentais e frações de doce melancolia, como se tudo girasse em torno de um universo particular da banda goiana. Instantes em que o quarteto formado por Dinho Almeida (voz e guitarra), Benke Ferraz (guitarra), Ynaiã Benthroldo (bateria) e Raphael Vaz (baixo) preserva e ao mesmo tempo perverte tudo aquilo que o grupo havia testado no antecessor As Plantas Que Curam (2013).

Uma vez imerso nesse cenário de formas inexatas e canções que apontam para diferentes campos da música, Manual se divide entre faixas deliciosamente acessíveis, como Avalanche e 6000 Dias (Ou Mantra dos 20 Anos), e criações de essência contemplativa. É o caso da atmosférica Tempo, canção que dialoga com a obra de estrangeiros como Unknown Mortal Orchestra e Connan Mockasin, porém, preserva a identidade do quarteto goiano. Um borbulhar de fórmulas atmosféricas, ruídos e vozes tratadas como instrumentos, conceito reforçado em Mario de Andrade / Selvagem e Cuerdo, indicativo do experimentalismo torto que seria adotado pela banda a partir do trabalho seguinte, o também inventivo Lá Vem a Morte (2017).



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.