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Crítica

Cambriana

: "House of Tolerance"

Ano: 2012

Selo: Independente

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Baleia e Bruna Mendez

Ouça: The Sad Fact, Vegas e Face To Face

8.8
8.8

Cambriana: “House of Tolerance”

Ano: 2012

Selo: Independente

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Baleia e Bruna Mendez

Ouça: The Sad Fact, Vegas e Face To Face

/ Por: Cleber Facchi 06/04/2020

Guitarras sempre detalhistas, batidas trabalhadas em uma medida própria de tempo e versos marcados pela força dos sentimentos. Em House of Tolerance (2012), primeiro álbum de estúdio do grupo goiano Cambriana, Luis Calil e seus parceiros de banda, os músicos Wanderson Meireles, Rafael Morihisa e Israel Santiago, fazem de cada composição um objeto precioso. São incontáveis camadas instrumentais que apontam para a obra de estrangeiros, como Grizzly Bear e The National, porém, encontram no lirismo existencialista e letras intimistas um importante componente de transformação criativa. Canções como Vegas (“Eles não deveriam estar lá / Eles não deveriam ter medo disso / Um mundo de coisas por vir é o suficiente“) e a crescente Face To Face (“Ainda há um oceano entre nós, amor / Tudo dói quando não é suficiente“), que mostram a capacidade de Calil em dialogar com o ouvinte a partir das próprias inquietações.

Exemplo disso está na força dos versos que ganham forma em Safe Rock, quarta faixa do disco. “Você não vem até mim? / Para a rocha mais segura / Eu vou te mostrar seu lugar“, canta enquanto guitarras marcadas pelas texturas se espalham em meio a sintetizadores ocasionais e batidas sempre precisas, como um complemento ao canto triste de Calil. Composições que discutem a passagem do tempo, o inevitável distanciamento entre os indivíduos e o isolamento do eu lírico, conceito reforçado em algumas das principais músicas do álbum, como Better Days, Waitress e, principalmente, The Sad Facts, uma das principais faixas da banda. Recebido de forma positiva pelo público e crítica, House of Tolerance contaria no ano seguinte com o suporte do complementar Worker EP (2013), obra detalhada de forma a ampliar parte das experiências incorporadas pelo grupo goiano.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.