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Crítica

Emicida

: "Emicídio"

Ano: 2010

Selo: Laboratório Fantasma

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Rashid, Kamau e Criolo

Ouça: Rinha, Então Toma e Rua Augusta

9.3
9.3

Emicida: “Emicídio”

Ano: 2010

Selo: Laboratório Fantasma

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Rashid, Kamau e Criolo

Ouça: Rinha, Então Toma e Rua Augusta

/ Por: Cleber Facchi 18/02/2020

Emicida já havia dado uma boa mostra do próprio trabalho durante o lançamento da coletânea Pra quem já Mordeu um Cachorro por Comida, até que eu Cheguei Longe… (2009). Nada que se compare ao material entregue um ano mais tarde, em Emicídio (2010). Concebido a partir de memórias da adolescência (Santa Cruz), personagens urbanos (Rua Augusta) e instantes de doce contemplação (Isso Não Pode Se Perder), o registro marcado pela força das rimas mostra um artista ainda mais provocativo, forte, entrega que se reflete tão logo o disco tem início, na introdutória E Agora?, e segue até a derradeira Beira da Piscina, bem-sucedida colaboração com a cantora Xênia França e Rael. Canções que atravessam a periferia de São Paulo (Cê Lá Faz Idéia?) para exaltar as conquistas (Então Toma), relacionamentos (Eu Gosto Dela) e todo o universo de pequenas transformações pessoais vividas pelo artista paulistano (I Love Quebrada).

Marcado pelo maior refinamento na construção das batidas, Emicídio diz a que veio logo nos primeiros minutos. São recortes instrumentais que atravessam a produção brasileira dos anos 1970, dialogam com a obra de veteranos como Racionais MC’s, porém, a todo momento preservam a ambientação empoeirada, pianos e vozes que apresentaram o trabalho do artista no álbum anterior. Canções como Santa Cruz, Cê Lá Faz Ideia? e Rinha (Já Ouviu Falar?) que se abrem para a chegada de nomes como Renan Samam, Skeeter, Nave Beatz e DJ Nyack, parceiros do rapper em toda sequência de faixas que seriam entregues nos próximos anos. Um criativo catálogo de ideias regido pela força das rimas e evidente entrega sentimental de seu realizador, componentes que naturalmente fizeram de Emicida um novo personagem de destaque no rap nacional.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.