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Crítica

Giovani Cidreira

: "Japanese Food"

Ano: 2017

Selo: Balaclava Records

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo, MPB

Para quem gosta de: JosyAra, Ava Rocha e Livia Nery

Ouça: Última Vida Submarina e Um Capoeira

8.8
8.8

Giovani Cidreira: “Japanese Food”

Ano: 2017

Selo: Balaclava Records

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo, MPB

Para quem gosta de: JosyAra, Ava Rocha e Livia Nery

Ouça: Última Vida Submarina e Um Capoeira

/ Por: Cleber Facchi 05/05/2020

Dividido entre instantes de fúria e momentos de doce libertação, Japanese Food (2017) é o típico caso de um disco que parece maior a cada nova audição. Segundo álbum de estúdio do cantor e compositor Giovani Cidreira, o sucessor do homônimo registro entregue dois anos antes revela a imagem de um artista em pleno domínio do próprio trabalho. São canções que passam pelo canto sertanejo da música Bahia, flertam com a obra de Milton Nascimento e encontram no pós-punk de Legião Urbana e The Smiths a base para parte expressiva das faixas. “Me sinto estrangeiro, sempre vou dizer adeus … Corro, minha casa é meu lugar sempre / E eles aqui nem me conhecem mais“, canta, na crescente Um Capoeira, canção que sintetiza parte do desejo de mudança e força criativa que tinge com ineditismo cada fragmento assinado pelo músico.

Completo pela presença da conterrânea JosyAra, com quem divide parte dos versos na delicada Pássaro Prata, Japanese Food alterna em meio a composições turbulentas e faixas deliciosamente contidas. Instantes em que Cidreira sufoca pelas próprias inquietações, como em Última Vida Submarina (“Comecei a navegar e nada / Porque tudo me parece incerto/ Essa culpa percorrendo a calma / Sua falta me deixando mudo“), porém, regressa esperançoso, talvez conformado, fazendo das próprias memórias e experiências pessoais a base para músicas como Rosa Sol e Crimes da Terra. Canções que se entrelaçam de maneira totalmente incerta, estrutura que vai da construção dos versos ao colorido acervo de ideias, guitarras e orquestrações pontuais a que sutilmente servem de sustento ao disco. Uma obra imensa, mesmo nos momentos mais contidos.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.