Image
Crítica

Karina Buhr

: "Eu Menti Pra Você"

Ano: 2010

Selo: Independente

Gênero: Rock, MPB, Pop

Para quem gosta de: Ava Rocha, Tulipa Ruiz e Céu

Ouça: Eu Menti Pra Você e Nassiria e Najaf

9.0
9.0

Karina Buhr: “Eu Menti Pra Você”

Ano: 2010

Selo: Independente

Gênero: Rock, MPB, Pop

Para quem gosta de: Ava Rocha, Tulipa Ruiz e Céu

Ouça: Eu Menti Pra Você e Nassiria e Najaf

/ Por: Cleber Facchi 29/01/2020

Karina Buhr havia atravessado grande parte da década de 1990 e início dos anos 2000 em uma sequência de obras colaborativas que inclui a curta produção do Comadre Fulozinha e as mais variadas performances teatrais. Um precioso cruzamento de ideias e referências que vai da efervescente cena de Recife à cidade de São Paulo, onde estreitou a relação com diferentes nomes da música local, como o veterano Edgard Scandurra (Ira!), Marcelo Jeneci e Guilherme Mendonça (Guizado). Interessante perceber no primeiro álbum de estúdio da artista baiana, Eu Menti Pra Você (2010), uma síntese conceitual de tudo aquilo que a cantora havia testado desde o início da carreira. Frações poéticas e instrumentais que mudam de direção sem ordem aparente, proposta que faz do bem-sucedido debute uma obra de interpretação incerta, porém, difícil de ser ignorada.

Do momento em que tem início, no romantismo agridoce da autointitulada faixa de abertura, passando pelo teor existencialista de Vira Pó, ao lirismo político de Nassiria e Najaf, canção em que discute a crise no Oriente Médio, até alcançar a divertida Ciranda do Incentivo, cômico retrato sobre a produção cultural brasileira, evidente é o esforço de Buhr em jogar com as possibilidades dentro de estúdio, mudando de direção a todo instante. São fórmulas pouco usuais que vão do jazz ao pop (Telekphonen), do uso de ritmos periférico à música eletrônica (O Pé). Um colorido catálogo de ideias que se completa pela produção de Bruno Buarque e Mau, parceiros da cantora durante toda a execução da obra e convidados a integrar as gravações dos sucessores Longe de Onde (2011) e Selvática (2015), também marcados pela mesma versatilidade e permanente ruptura criativa.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.