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Crítica

Lívia Cruz

: "Muito Mais Amor"

Ano: 2013

Selo: Casa1 Records

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Drik Barbosa e Tássia Reis

Ouça: Diamantes e Você Se Enganou

8.5
8.5

Lívia Cruz: “Muito Mais Amor”

Ano: 2013

Selo: Casa1 Records

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Drik Barbosa e Tássia Reis

Ouça: Diamantes e Você Se Enganou

/ Por: Cleber Facchi 23/04/2020

Depressão, relacionamentos abusivos, conflitos intimistas e a necessidade de seguir em frente, sempre em busca de um novo amor. Obra de sentimentos, o intimista Muito Mais Amor (2013), estreia de Lívia Cruz, mostra o cuidado da rapper pernambucana em transformar os próprios conflitos na base para cada uma das dez faixas que abastecem o registro. Trata-se de uma obra de essência confessional, dividida entre o canto e a rima, estrutura que se reflete tão logo o álbum tem início, na autointitulada faixa de abertura, e segue com naturalidade até a derradeira Não Foi Em Vão, canção que vai do R&B ao jazz em uma criativa colagem de ideias, como uma soma de todo o repertório espalhado ao longo do disco.

São delírios românticos e instantes de profunda entrega sentimental, marca de faixas como Diamantes (“Agora quer voltar, e diz que vai mudar / Mas deixa eu te lembrar, que foi você quem disse que não“), bem-sucedido encontro com o rapper paulistano Rashid, e Imensidão Azul (“Mas ele testa o meu lado cético / O mundo é tão caótico, mesquinho e caquético / E ele é tão metódico, seu coração é bélico / E o pulsar hipnótico“), mas que ganha ainda mais destaque na poesia amarga de Você Se Enganou (“Você se enganou / Pensando que eu / Não iria partir“), uma das principais faixas do disco. Canções que partem de memórias e vivências reais, como um doloroso diálogo da rapper com o próprio ouvinte.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.