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Crítica

Lucas Santtana

: "O Deus Que Devasta Nas Também Cura"

Ano: 2012

Selo: Dignóis

Gênero: MPB, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Wado, Céu e Curumin

Ouça: O Deus Que Devasta... e Para Onde Ir Essa Noite

9.0
9.0

Lucas Santtana: “O Deus Que Devasta Mas Também Cura”

Ano: 2012

Selo: Dignóis

Gênero: MPB, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Wado, Céu e Curumin

Ouça: O Deus Que Devasta... e Para Onde Ir Essa Noite

/ Por: Cleber Facchi 08/04/2020

O Deus Que Devasta Mas Também Cura (2012) é o típico caso de uma obra que, nas mãos de um artista inexperiente, poderia ter dado muito errado. Dividido entre a dor da separação e a alegria dos dias, o quinto álbum de Lucas Santtana utiliza justamente dessa propositada ruptura como estímulo para a composição das melodias e vozes. De um lado, canções inspiradas pelo recente término de relacionamento do músico baiano, caso de Para Onde Ir Essa Noite e É Sempre Bom Se Lembrar. No outro, a criativa colagem de ritmos, temas festivos e fórmulas pouco convencionais, caso da ensolarada Ela É Belém e Se Pa Ska SP. Canções que se entrelaçam sem ordem aparente, estrutura que se reflete tão logo o disco tem início, na autointitulada faixa de abertura, e segue até a derradeira O Paladino e Seu Cavalo Altar.

Primeiro trabalho de Santtana desde o elogiado Sem Nostalgia (2009), obra em que revisita a bossa nova de forma particular, O Deus Que Devasta Mas Também Cura utiliza do mesmo direcionamento versátil como base para grande parte do repertório entregue pelo músico baiano. Canções marcadas por orquestrações densas, ruídos eletrônicos e retalhos instrumentais que apontam para diferentes tendências e ritmos periféricos. Um misto de passado e presente que resgata uma série de elementos originalmente testados nos introdutórios Eletro Ben Dodô (1999) e Parada De Lucas ‎(2003), porém, aponta a direção para os futuros lançamentos do artista, vide o material entregue em Sobre Noites e Dias (2014) e Modo Avião (2017).



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.