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Crítica

Nina Becker

: "Azul / Vermelho"

Ano: 2010

Selo: YB Music

Gênero: Samba, Art Pop, Pop Rock

Para quem gosta de: Marisa Monte e Luisa Maita

Ouça: Não Me Diga Adeus e Volte Sempre

9.0
9.0

Nina Becker: “Azul” / “Vermelho”

Ano: 2010

Selo: YB Music

Gênero: Samba, Art Pop, Pop Rock

Para quem gosta de: Marisa Monte e Luisa Maita

Ouça: Não Me Diga Adeus e Volte Sempre

/ Por: Cleber Facchi 01/05/2020

Conhecida pelo trabalho como integrante da Orquestra Imperial e colaboradora em diferentes projetos da música brasileira, Nina Becker decidiu não economizar no lançamento do primeiro álbum em carreira solo. Acompanhada pelos produtores Maurício Tagliari e Carlos Eduardo Miranda, a cantora e compositora carioca deu vida a não apenas um, mas dois registros simultaneamente. De um lado, o minimalismo e doce melancolia de Azul, trabalho concebido em um intervalo de quase um ano e passagem para um fino repertório de faixas produzidas especialmente para o disco. São preciosidades como Lá e Cá, de Moreno Veloso, Ela Adora, colaboração com Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado, e a dolorosa Não Me Diga Adeus, uma das criações mais sensíveis da obra, em que Becker se despe de parte dos arranjos e instrumentos para transformar a própria voz no componente central de cada canção.

Contraponto a esse resultado contido, surgem as composições do abrasivo Vermelho, obra gravada ao vivo, em pouquíssimos dias, ao lado dos integrantes da banda Do Amor. São canções como a colorida Toc Toc, música que parece resgatada de algum disco de Rita Lee, a reinterpretação para Lágrimas Negras, de Jorge Mautner, e a agridoce Volte Sempre, faixa que parece pensada para grudar na cabeça do ouvinte logo em uma primeira audição. Frações poéticas e instrumentais que refletem o lado pop de Becker, como um complemento ao reducionismo de Azul. Um misto de dor e celebração, recolhimento e grandeza, estrutura que não apenas reflete a completa versatilidade da artista carioca dentro de estúdio, como faz da combinação entre os dois registros a passagem para uma obra viva.




Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.