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Crítica

Psilosamples

: "Mental Surf"

Ano: 2012

Selo: Desmonta

Gênero: Eletrônica, MPB, Techno

Para quem gosta de: Aphex Twin e Boards of Canada

Ouça: Meteorango Kid e Ovelha Negra

9.0
9.0

Psilosamples: “Mental Surf”

Ano: 2012

Selo: Desmonta

Gênero: Eletrônica, MPB, Techno

Para quem gosta de: Aphex Twin e Boards of Canada

Ouça: Meteorango Kid e Ovelha Negra

/ Por: Cleber Facchi 03/02/2020

De todos os trabalhos relacionados à produção brasileira na última década, Mental Surf (2012), primeira grande obra de Psilosamples, segue como uma das mais inventivas. Produto das experiências de José Roberto Machado Segundo, o Zé Rolê, no interior de Minas Gerais, o registro de apenas oito faixas parte da utilização de ritmos periféricos e elementos da cultura sertaneja como estímulo para a desconstrução de fórmulas sintéticas. Canções que vão do forró ao experimentalismo eletrônico de nomes como Aphex Twin e Boards of Canada, direcionamento evidente em algumas das principais faixas do disco, como Bom Dia, Menina Pelada, Estrada De Terra e a introdutória Eterna Criança Do Mato, composição que parece apontar a direção seguida pelo artista de Pouso Alegre até o último instante do registro.

São quatro ou mais décadas de referências que parecem remontadas de forma propositadamente irregular, torta, estrutura que se reflete na entrega de músicas como Ovelha Negra, canção montada a partir de fragmentos do musical Os Saltimbancos, de Chico Buarque, ou mesmo a divertida Meteorango Kid, faixa que parte do filme homônimo de André Luiz Oliveira como estímulo para a composição das batidas e temas instrumentais. Recebido de forma positiva na época em que foi lançado, o trabalho que contou com distribuição pelo selo Desmonta no Brasil e Japão, hoje segue fora de catálogo, sobrevivendo em meio a fragmentos de músicas espalhadas pelo YouTube. No decorrer da década, Zé Rolê deu vida a outros registros importantes, como Biohack Banana (2016) e SP Trips (2017), ambos tão inventivos quanto o material apresentado em Mental Surf.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.