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Crítica

Rashid

: "Confundindo Sábios"

Ano: 2013

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Emicida, Kamau e Projota

Ouça: Virando A Mesa, Vício e Chapa Quente

8.8
8.8

Rashid: “Confundindo Sábios”

Ano: 2013

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Emicida, Kamau e Projota

Ouça: Virando A Mesa, Vício e Chapa Quente

/ Por: Cleber Facchi 02/04/2020

Sempre prolífico, Michel Dias Costa, o Rashid, passou grande parte da última década se revezando na produção de um vasto acervo de obras. Da estreia com Hora de Acordar EP (2010), passando pela gravação de álbuns como A Coragem da Luz (2016) e o colaborativo Crise (2018), sobram instantes de evidente acerto e faixas marcadas pela força das rimas. Nada que se compare ao material entregue no maduro Confundindo Sábios (2013). Da imagem de capa do trabalho, uma fotografia de Enio César feita na Brasilândia, zona norte de São Paulo, passando pelo encontro com nomes como Tássia Reis, em Vício, e Emicida, na bem executada faixa-título, tudo soa como um produto das ideias e experiências acumuladas nos antecessores Dádiva e Dívida (2011) e Que Assim Seja (2012). Canções que vão do rap ao R&B, da música brasileira à cruza dos versos de forma sempre detalhista.

Não por acaso, passado o lançamento da introdutória Eu Confundo…, Rashid revela ao público uma de suas criações mais complexas, a crescente Virando a Mesa. Completa pela produção de Coyote Beatz e a voz forte de Daniel Cohen, a canção costura passado e presente de forma sempre detalhista. São versos autobiográficos que se espalham em cima da base sampleada, estímulo para toda uma sequência de músicas que chegam logo em seguida, caso de Chapa Quente, Polícia e Ladrão e Mil Cairão. Nada que prejudique o surgimento de faixas deliciosamente acessíveis, como pequenos respiros criativos. É o caso da agridoce Crônica da Maldita Saudade e A Fila Anda. Instantes em que o rapper paulistano utiliza dos próprios sentimentos como importante componente de diálogo com o ouvinte, entrega que orienta com naturalidade a experiência do público até o último instante do trabalho.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.