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Crítica

Rodrigo Campos

: "Bahia Fantástica"

Ano: 2020

Selo: YB Music

Gênero: Samba, MPB

Para quem gosta de: Metá Metá e Passo Torto

Ouça: Ribeirão, Princesa do Mar e Jardim Japão

9.0
9.0

Rodrigo Campos: “Bahia Fantástica”

Ano: 2020

Selo: YB Music

Gênero: Samba, MPB

Para quem gosta de: Metá Metá e Passo Torto

Ouça: Ribeirão, Princesa do Mar e Jardim Japão

/ Por: Cleber Facchi 23/01/2020

Do ambiente nostálgico que marca as canções de São Mateus Não É Um Lugar Assim Tão Longe (2009), para o cenário à beira-mar, personagens e memórias ensolaradas de Bahia Fantástica (2012). Três anos após o lançamento do primeiro álbum de estúdio da carreira, o cantor e compositor Rodrigo Campos fez do breve período de imersão em território baiano um estímulo para cada uma das canções que recheiam o delicado registro. Do momento em que tem início, na introdutória Cinco Doces (“Daqui pra lá não vá dizer / Que a Bahia não lhe achou“), até alcançar a derradeira Sou de Salvador (“Sou de Salvador / Cheguei na Bahia de manhã“), cada fragmento do disco ganha forma em meio a versos descritivos, personagens fantásticos e histórias mundanas que se destacam frente ao criativo acervo melódico que serve de sustento ao disco, como um avanço claro em relação a tudo aquilo que o músico paulista havia testado no disco anterior.

Parte dessa evidente riqueza na composição dos arranjos vem da escolha de Campos em estreitar a relação com diferentes nomes da cena paulistana. Com produção assinada por Gustavo Lenza (Céu, Curumin) e direção artística de Romulo Fróes (Elza Soares, Passo Torto), o trabalho se abre para a forte interferência e instantes de breve improviso compartilhados com nomes como Thiago França (saxofone, flauta), M. Takara (bateria), Maurício Fleury (pianos e teclados), Kiko Dinucci (guitarra), Marcelo Cabral (baixo e arranjos de corda). Variações instrumentais que vão do samba ao jazz em uma estrutura sempre detalhista, conceito que se completa não apenas pelo violão destacado do próprio artista, como as vozes de convidados como Juçara Marçal (Jardim Japão), Criolo (Ribeirão) e Luiza Maita (Morte na Bahia). Canções que partem de vivências pessoais e pequenas inspirações de Campos, porém, tratadas dentro de uma linguagem universal.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.