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Crítica

Rodrigo Ogi

: "Crônicas Da Cidade Cinza"

Ano: 2011

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Criolo, Síntese e Emicida

Ouça: Profissão Perigo e

9.0
9.0

Rodrigo Ogi: “Crônicas Da Cidade Cinza”

Ano: 2011

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: Criolo, Síntese e Emicida

Ouça: Profissão Perigo e

/ Por: Cleber Facchi 19/05/2020

Sejam bem-vindos à cidade de São Paulo. Produto das vivências, medos, conquistas e histórias acumuladas por Rodrigo Ogi desde o início da carreira, Crônicas Da Cidade Cinza (2011), como o próprio título aponta, estabelece no lirismo detalhista a passagem para um cenário marcado por paisagens descritivas, personagens e conflitos tão fictícios quanto reais. São composições que atravessam a periferia da maior cidade da America Latina para mergulhar em um universo de pequenos excessos, sonhos e desilusões, estrutura que se reflete tão logo o disco tem início, na introdutória Cidade Com Nome de Santo, música composta a partir de trechos de um poema do escritor Plínio Marcos (1935 – 1999), mas que orienta a experiência do ouvinte até a derradeira Segunda Chance.

Filho do stress paulistano, dessa cidade maluca / Mas eu já sou veterano, conheço as arapucas / Que esse gigante preparou pra nos capturar / Vem comigo que eu vou lhe mostrar“, convida o Ogi, logo nos primeiros minutos do disco. Dentro desse cenário marcado pela imprevisibilidade dos elementos, a passagem para um time seleto de colaboradores que surgem e desaparecem durante toda a execução da obra. É o caso de Lurdez Da Luz, em Os Tempos Mudam, e Rodrigo Brandão, em Tamo Aí no Rolê. São rimas pontuais, vozes complementares e batidas que ganham ainda mais destaque pela presença de nomes como DJ Caique, NAVE Beatz e Stereodubs. Canções que se espalham sem ordem aparente, jogando com a interpretação do público, como uma desconstrução lírica, rítmica e sonora de um dia comum na capital paulista.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.