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Ano: 2020

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, MPB

Para quem gosta de: Criolo, Metá Metá e Black Alien

Ouça: Virou Canção e Correspondente de Guerra

9.0
9.0

Rodrigo Ogi: “RÁ!”

Ano: 2020

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, MPB

Para quem gosta de: Criolo, Metá Metá e Black Alien

Ouça: Virou Canção e Correspondente de Guerra

/ Por: Cleber Facchi 20/03/2020

O que acontece com você?”. A pergunta levantada pelo terapeuta fictício logo nos primeiros minutos de RÁ! (2015), segundo álbum de estúdio de Rodrigo Ogi, funciona como um perfeito indicativo para o ambiente dominado por questões existencialistas, demônios interiores e o caos urbano que orienta os versos lançados pelo rapper paulistano. Sequência ao material entregue no elogiado Crônicas da Cidade Cinza (2011), o trabalho que conta com produção de NAVE Beatz (Emicida, Karol Conká), preserva a essência conceitual do registro que o antecede, porém, se permite avançar criativamente, provando de novas possibilidades, temas e ritmos. São fragmentos instrumentais que vão do jazz ao samba, do rock ao R&B, proposta que orienta a experiência do ouvinte até a ensolarada faixa de encerramento, Faro de Gol, bem-sucedida colaboração com o conterrâneo Rael.

Parte dessa evidente versatilidade na composição da obra vem da escolha de Ogi em estreitar a relação com diferentes representantes da cena paulistana. São nomes como Mao (Garotos Podres), na crueza de Na Estação da Luz, música que parece saída de Crônicas da Cidade Cinza; em Correspondente de Guerra, a poesia política que se completa pelo uso destacado da voz de Juçara Marçal (“Muitas outras guerras eclodirão / À minha volta mil cairão / Isso que você testemunhará / A televisão não transmitirá“); na rima triste de Virou Canção, melodias empoeiradas que se completam pela interferência pontual de Daniel Ganjaman e Thiago França (Metá Metá). Memórias, versos descritivos e personagens que se entrelaçam sem ordem aparente, proposta que faz de RÁ! uma obra viva, maior a cada nova audição.



Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.