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Crítica

Superguidis

: "Superguidis"

Ano: 2010

Selo: Senhor F

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Walverdes e Moptop

Ouça: Não Fosse o Bom Humor e O Usual

8.8
8.8

Superguidis: “Superguidis”

Ano: 2010

Selo: Senhor F

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Walverdes e Moptop

Ouça: Não Fosse o Bom Humor e O Usual

/ Por: Cleber Facchi 20/01/2020

Não dá pra culpar o Sol por nascer / Não dá pra culpar o Sol por se pôr / As coisas quase sempre acabam / O que dá pra fazer é esperar passar“. Ainda que fosse impossível prever na época em que o trabalho foi lançado, os versos destacados logo na introdutória Roger Waters, faixa de abertura do terceiro álbum de estúdio da Superguids (2002 – 2011), funciona como um indicativo claro da inevitável despedida do quarteto gaúcho. Sequência ao melancólico A Amarga Sinfonia do Superstar (2007), o trabalho guiado pelas guitarras e vozes de Andrio Maquenzi, e completo pela presença dos músicos Diogo Macueidi (baixo), Lucas Pocamacha (vocal e guitarra) e Marco Pecker (bateria), traz de volta a mesma energia e força criativa destacada pelo grupo durante a produção do homônimo debute. Canções que partem de relacionamentos conturbados (Quando Se é Vidraça), personagens reais (De Mudança) e inquietações típicas de jovens adultos (Não Fosse o Bom Humor), direcionamento que orienta a experiência do público até a dolorosa faixa de encerramento do disco, Aos Meus Amigos.

A principal diferença em relação ao material entregue nos dois primeiros trabalhos de estúdio da banda está no maior refinamento que marca a composição dos arranjos e, principalmente, a entrega sentimental que orienta a formação dos versos. “Mas o melhor que você já me fez / Foi me desperdiçar assim / De repente o medo de morrer sozinho me incomoda mais que o usual“, confessa Maquenzi enquanto guitarras carregadas de efeitos apontam diretamente para o rock da década de 1990, lembrando algumas das principais referências criativas do grupo, como Pavement e Built To Spill. Claro que isso não interfere na produção de faixas ainda íntimas do som radiante que marca os primeiros anos da banda, como Não Fosse o Bom Humor e Visão Além do Alcance, estrutura que faz do terceiro álbum de estúdio do quarteto gaúcho uma síntese criativa de tudo aquilo que o grupo vinha testando desde o início dos anos 2000.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.