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Crítica

Teto Preto

: "Pedra Preta"

Ano: 2018

Selo: Mamba Rec

Gênero: Eletrônica, Techno, MPB

Para quem gosta de: L_Cio, Ava Rocha e Zopelar

Ouça: Gasolina, Bate Mais e Pedra Preta

8.8
8.8

Teto Preto: “Pedra Preta”

Ano: 2018

Selo: Mamba Rec

Gênero: Eletrônica, Techno, MPB

Para quem gosta de: L_Cio, Ava Rocha e Zopelar

Ouça: Gasolina, Bate Mais e Pedra Preta

/ Por: Cleber Facchi 30/04/2020

Como transportar para dentro de estúdio a mesma crueza e essência caótica que embala as apresentações ao vivo da Teto Preto? Ponto central do imenso turbilhão criativo que tem movimentado a cidade de São Paulo desde o início da última década, vide diferentes festas de rua e eventos de ocupação do centro, como a Mamba Negra, a performance do coletivo paulistano estabelece um bem-resolvido direcionamento estético em cada uma das oito canções que marcam o primeiro álbum do grupo, Pedra Preta (2018). Uma interpretação polida, mas não menos significativa de tudo aquilo que sintetiza a estranheza e o caráter contestador do projeto comandado por Laura Diaz, a CarneOsso. São texturas eletrônicas, ruídos e batidas prontas para as pistas, conceito reforçado em algumas das principais músicas da obra, como a conhecida Gasolina e política Bate Mais.

Completo pela presença de Loic Koutana (performance), Pedro Zopelar (sintetizadores, bateria eletrônica), Savio de Queiroz (sintetizadores, bateria eletrônica) e William Bica (percussão, trombone), o trabalho se divide a todo instante entre momentos de doce libertação e faixas marcadas pelo forte discurso político. Canções que atravessam as pistas para mergulhar em letras questionadoras (D+Ìvidas), delírios (Safo) e versos existencialistas (Raio) de forma sempre anárquica, conceito que se reflete na inusitada mistura de ritmos que serve de sustento ao disco. São melodias empoeiradas que vão da obra de Marcos Vale ao techno, indicativo do turbulento território criativo que o grupo percorre até o último instante do álbum.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.