Image
Crítica

Thiago Pethit

: "Berlim, Texas"

Ano: 2010

Selo: Independente

Gênero: Indie, Folk, MPB

Para quem gosta de: Filipe Catto e Johnny Hooker

Ouça: Forasteiro e Não Se Vá

8.5
8.5

Thiago Pethit: “Berlim, Texas”

Ano: 2010

Selo: Independente

Gênero: Indie, Folk, MPB

Para quem gosta de: Filipe Catto e Johnny Hooker

Ouça: Forasteiro e Não Se Vá

/ Por: Cleber Facchi 04/05/2020

Sempre versátil, Thiago Pethit fez de cada novo trabalho de estúdio a passagem para uma identidade criativa completamente distinta. Do flerte com o glam rock, em Rock’n’Roll Sugar Darling (2014), obra em que dialoga com a essência de veteranos como Lou Reed e David Bowie, passando pelas batidas eletrônicas de Mal dos Trópicos (Queda e ascensão de Orfeu da Consolação) (2019), sobram instantes em que o cantor e compositor paulistano utiliza dos próprios sentimentos e desilusões amorosas como precioso elemento de transformação. Nada que se compare ao material entregue no minimalista Berlim, Texas (2010), primeiro registro de inéditas da carreira e uma delicada síntese conceitual de tudo aquilo que o artista viria a produzir nos próximos anos.

Ponto de equilíbrio entre a forte dramaticidade de veteranos como Rufus Wainwright e a atmosfera melancólica de antigos cabarés, o trabalho ambientado em um cenário imaginário utiliza de cada fragmento lírico e instrumental como passagem para a mente sofredora de Pethit. “Espero que você não se vá / Se eu não tiver nada mais para te contar“, clama, na introdutória Não Se Vá, canção que aponta a direção seguida pelo artista até o encerramento da obra. São poemas de amor (Mapa Mundi), versos consumidos pela saudade (Forasteiro) e canções em que confessa algumas de suas principais referências criativas (Voix De Ville). Instantes de profunda entrega sentimental que fazem de Berlim, Texas uma espécie de refúgio, como um ambiente conceitual em que sonhos, medos e desilusões se cruzam a todo momento.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.