Devendra Banhart: “Memorial”

/ Por: Cleber Facchi 02/08/2019

Com o anúncio de Ma (2019), décimo álbum de estúdio da carreira, Devendra Banhart parecia indicar a busca por um som parcialmente distinto em relação aos trabalhos que o fizeram conhecido, como Rejoicing in the Hands (2004) e Cripple Crow (2005). Inspirado pela obra de Haruomi Hosono, do Yellow Magic Orchestra, e gravado quase integralmente em templos religiosos no Japão, o registro de 13 faixas parecia mergulhar o cantor e compositora norte-americano em um novo universo criativo, mudança de direção evidente na minúcia de Kantori Ongaku e na ainda recente Abre Las Manos.

Interessante perceber na recém-lançada Memorial, terceiro single do disco, uma faixa que se distancia dos antigos trabalhos do músico, porém, pouco dialoga com o material entregue nas últimas semanas. Marcada pelo minimalismo dos elementos, a canção de versos tristes cresce como uma dolorosa carta de despedida do cantor. É como se Banhart refletisse sobre todos aqueles que partiram de sua vida. Difícil não lembrar dos primeiros anos de Leonard Cohen, efeito direto do violão reducionista que se espalha por entre as brechas da canção, cercando e confortando o ouvinte de maneira sensível.

Ma (2019), será lançado em 13/9 via Nonesuch.


Devendra Banhart – Memorial

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.