Disco: “12 Desperate Straight Lines”, Telekinesis

/ Por: Cleber Facchi 25/01/2011

Telekinesis
Indie/Alternative/Indie Pop
http://www.myspace.com/telekinesismusic

Por: Cleber Facchi

Depois de uma estreia agradável em 2009 o Telekinesis, a banda de um homem só comandada por Michael Benjamin Lerner traz em 2011 a continuação de seu confortável debut. A opção por composições fáceis focadas em arranjos comportados e melodias básicas se faz presente neste que é segundo trabalho de estúdio lançado pela Marge Records, 12 Desperate Straight Lines.

Diferente da estreia, em que Lerner apostava em canções mais suaves e caramente diminutas, o novo disco do Telekinesis entrega uma banda menos limpa e que busca referência no rock underground para dar forma às composições. A delicadeza do primeiro álbum se dava claramente pelo longe período de isolação que o músico teve em Berlin, onde compôs praticamente todas as faixas de seu primeiro trabalho. A produção de Chris Walla (guitarrista do Death Cab For Cutie) também foi um fator fundamental na forma dada ao disco, que optou por um trabalho que se fixava em um som livre de grandes alterações.

Com 12 Desperate Straight Lines Lerner marca seu retorno definitivo à cidade de Seattle, e é através dela que o músico busca inspiração para suas faixas que exalam raiva e mágoa. As guitarras que no primeiro disco vinham apenas para trabalhar as bases das músicas ganham com esse segundo trabalho uma maior desenvoltura e participação. A presença de Jason Narducy (que já tocou com Robert Pollard do Guided By Voices e outros nomes do rock lo-fi) como um dos guitarristas da nova banda não podia ser melhor. Embora seja Lerner quem comande o rumo do projeto fica mais do que clara a participação do novo membro, que se completa com a chegada de Cody Votolato no comando do baixo.

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Para quem se interessou pelo som proposto pelo Telekinesis em sua estreia, pode ficar mais do que tranquilo. Lerner mantém em algumas faixas a mesma instrumentação comportada que fez parte do debut Telekinesis! (2009). Mesmo em menor escala é possível encontrar faixas como Patterns e Dirty Thing que surgem para mostrar o lado mais doce do músico.

Contudo é quando dá mostras de sua nova instrumentação que o músico acerta. Mesmo que o disco venha carregado com um número maior de guitarras, não vá esperando um trabalho punk, sujo ou agressivo. Lerner mantém sempre o espírito pop em suas composições. Prepare-se para faixas repletas de backing vocal com muitos “uuuuuhhhs” e “aaahhhhhs” por todos os lados. O toque roqueiro da banda vem apenas para dar uma realçada às composições. Gotta Get It Right Now que finaliza o álbum é um claro exemplo disso. Mesmo que seja preenchida por uma boa bateria e guitarras marcantes os vocais alegres do vocalista deixam mais do que claras as intenções do grupo.

Embora seja um disco agradável o novo álbum do Telekinesis passa de maneira despercebida, não há nada de realmente empolgante dentro dele, como alguma composição que prenda o ouvinte. Você provavelmente vai ouvir 12 Desperate Straight Lines uma ou duas vezes seguidas, pode até deixá-lo salvo no seu HD, mas logo a ausência de grandes composições dentro do álbum vai torná-lo irrelevante e será mais um trabalho que cai em esquecimento.

12 Desperate Straight Lines (2011)

Nota: 6.4
Para quem gosta de: Death Cab For Cutie, Ra Ra Riot e Miniature Tigers
Ouça: Please Ask For Help

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.