Disco: “Arrows”, The Lonely Forest

/ Por: Cleber Facchi 01/09/2011

The Lonely Forest
Indie/Folk/Alternative
http://www.thelonelyforest.com/

 

Por: Fernanda Blammer

Embora seja uma das bandas mais queridas do rock indie norte-americano, pouco (ou quase nada) se fala sobre a influência do Death Cab For Cutie no trabalho de grande parte dos grupos voltados ao rock alternativo que surgiram a partir da segunda metade dos anos 2000. Mesmo poucas as citações é possível encontrar muito do que Ben Gibbard e seus parceiros vêm desenvolvendo em uma série de registros, entre eles, Arrows (2011, ILG/Trans Records), mais recente lançamento do quarteto de Anacortes, Washington o The Lonely Forest.

Entre letras melancólicas e inundadas por um romantismo sincero e guitarras que se esbarram em pianos soturnos, cada segundo que preenche o atual trabalho do quarteto formado por John Van Deusen, Eric Sturgeon, Braydn Krueger e Tony Ruland remonta os mesmos bons momentos do DCFC. Perdidos em um universo de composições joviais, carregadas de dor e um toque romântico pós-adolescente, o quarteto faz de seu novo trabalho um disco que mesmo sob os rótulos de “piano rock” consegue agradar, se desvencilhando do básico e projetando um trabalho maduro.

Mesmo articulado como um registro que se volta quase especificamente ao grande público, a constante aproximação entre todas as 12 composições do disco acabam delimitando uma certa atmosfera dentro do álbum, impedindo que as canções carreguem qualquer tipo de aspecto descartável ou se projetem de forma excessivamente pop e comercial. A abertura cuidadosa ao som de Be Everything, com seus violinos chorosos e sua instrumentação calcada no uso de instrumentos acústicos pintam com perfeição a estética total do trabalho, um álbum que usa da melancolia ao seu favor.

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A canção seguinte, Turn Off This Song And Go Outside vem para quebrar parcialmente o aspecto intimista que se abriga na composição de abertura, permitindo com que o álbum traga alguns toques de ineditismo, alternando a fórmula de suas canções em seu decorrer. Embora o contexto deprimido seja o elemento que dê fluência ao álbum, a constante alteração na maneira como as músicas são expostas parecem de alguma forma ocultar isso, o que de todo modo é benéfico ao trabalho, que vai surpreendendo (sem grandes exageros) o ouvinte até sua última faixa ser lançada.

Talvez pelo timbre do vocalista, além de algumas projeções instrumentais bem específicas, em diversos momentos de Arrows é possível encontrar algumas claras referências do Coldplay dos discos Parachutes e A Rush Of Blood To The Head. A maneira esparsa como as guitarras e a bateria de Woe Is Me… I Am Ruined são tocadas, por exemplo, parecem se aproximar intencionalmente dos sons ressaltados pela banda britânica, embora em seus momentos mais acelerados o quarteto retorne ao território americano e o aos grupos que os inspiram.

Suficientemente agradável e longe de se materializar como um típico trabalho “coxinha”, o atual álbum do The Lonely Forest parece funcionar como uma fuga aos indivíduos de coração partido e que estão em busca de saborear seu momento de melancolia. Referenciando a discografia do DCFC, porém sem se transformar em uma redundante cópia, a banda norte-americana faz de seu novo álbum um trabalho que mesmo básico e de certo modo limitado supre quaisquer expectativas, se organizando como um belo refúgio para os momentos de dor.

 

Arrows (2011, ILG/Trans Records)

 

Nota: 6.7
Para quem gosta de: Death Cab For Cutie, Telekinesis e Pepper Rabbit
Ouça: (I Am) The Love Addict

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.