Disco: “Black Light”, Diagrams

/ Por: Cleber Facchi 10/01/2012

Diagrams
Indie Pop/Alternative/Electronic
http://www.diagramsmusic.co.uk/

Por: Matheus Azevedo

Diagrams

E a eletrônica continua firme, cada vez mais abraçada com a música indie. O revival de artifícios e sonoridades tipicamente dos anos oitenta, que se deu principalmente a partir da segunda metade dos anos 2000, mostra ainda ter muito fôlego. Nessa linha da tendência pela mistura da música alternativa com a eletrônica surge o Diagrams, grupo que acaba de lançar o primeiro álbum, Black Light.

Apesar de seguir a gradiente natural que muitos outros conjuntos estavam executando, as expectativas criadas pelo seu EP de estreia eram muito duvidosas. Embora a grudenta e divertida Night All Night e a genial Antelope já fizessem valer à pena conhecer a tal banda liderada pelo carequinha Sam Genders, o restante do pequeno compacto pesava a balança, com canções pouco expressivas levadas a um experimentalismo que se encaixou mal no som do grupo.

Entretanto, logo se torna claro que, em Black Light, houve um processo de filtração capaz de eliminar os defeitos antes cometidos.  Ghost lit abre as portas do disco com um típico instrumental soul, que logo muda sua diretriz e, guiada pelos robóticos vocais, a música incorpora toda a ambientação eletrônica presente no álbum.

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As marcantes construções vocálicas, facilmente graváveis, logo são percebidas, também, da mesma forma que as robóticas melodias e o vocal falado, quase atonal, são marcas que perduram todos os minutos de música do disco. A fácil fixação das canções se mostra um artifício chave para a maior aproximação do ouvinte à música produzida pelo grupo, que havia pecado anteriormente, em seu EP, quando apresentou faixas difíceis de digerir, ou melhor, ruins. Estável que é, Black Light tem como auge o single Tall Buildings, que potencializa todas as boas qualidades da banda ao extremo, agregando ao som, uma incrível e contagiante linha de contra-baixo, capaz de derrubar a engenhosa construção de baixo da já conhecida Antelope.

Quando – já nos findares do trabalho – tudo aponta para um mesmo caminho sem mudanças, a banda, entretanto, nos mostra as duas últimas canções, capazes de abaixar completamente o nível antes apresentado.  Não bastasse a fraca Animals, sua subsequente Peninsula não só se mostra tão ruim quanto, mas também muito mais extensa: a quase meia-hora de música, preenchida quase que completamente por brancos a espera de uma hidden track que não surge, é completamente frustrante e ocupa metade do álbum.

A estreia do Diagrams pode não trazer novas ideias e seguir, quase sempre, a mesma linha. Entretanto, a qualidade e destaque de inúmeras músicas do disco é inegável. O calmo eletrônico de Sam Genders, com certeza, ainda irá colecionar fãs nas discotecagens undergrounds mundo a fora, Black Light é, simplesmente, uma playlist já montada.

Black Light (2012, Full Time Hobby)

Nota:  7.0
Para quem gosta de: Caged Animals, The Scientists Of Modern Music e Oh No! Yoko
Ouça: Tall Buildings

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.