Disco: “Black Pistol Fire”, Black Pistol Fire

/ Por: Cleber Facchi 19/01/2011

Black Pistol Fire
Garage Rock/Southern Rock/Alternative Rock
http://www.myspace.com/theshenanigansmusic

O som da dupla Black Pistol Fire pode ser classificado em uma só palavra: rock. Simples e direto o álbum de estreia do duo Kevin McKeown (vocais e guitarras) e Eric Own (bateria) não dispõem de firulas e vai direto ao ponto em suas composições. Com 13 curtas faixas a banda vai destilando guitarras marcantes e uma bateria bem distribuída, o resultado é um álbum simples, mas que a cada nova audição vai demonstrando detalhes e nuances cada vez mais interessantes.

Embora seja calcado no rock clássico o som da dupla vai se compondo de outras vertentes do estilo. Há visíveis toques de blues, uma pegada marcante do rock de garagem dos anos 70 além de uma disposição para o punk. Outro elemento que marca visivelmente o disco é a música country. O que não faltam são semelhanças com outras bandas encontradas no mercado. O formato do som parece o mesmo adotado pelo The White Stripes, embora a bateria seja de fato eficiente e tocada por alguém que domina o instrumento. O Kings Of Leon dos primeiros discos e The Black Keys também marcam presença, principalmente na instrumentação voltada ao Southern rock.

Vinda da cidade de Toronto no Canadá a banda não podia encontrar melhor refúgio do que a cidade de Austin no Texas. A aproximação com o clima desértico texano se vê nas inspiradas canções da dupla. Os vocais de McKeown (bem similar aos do australiano Andrew Stockdale do Wolfmother) dão ao disco uma aura única. Embora até pareça um trabalho simples, as referências diversas empregadas pelos músicos, principalmente pelo guitarrista, vão construindo o álbum de maneira sólida, preenchendo cada lacuna. É muito provável que o excesso de instrumentação que seria adquirido com novos músicos fosse até um empecilho para o som do Black Pistol Fire, afinal: é realmente necessário algo mais do que guitarra e bateria?

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A estreia da dupla é sinceramente muito básica. Nada de elementos grandiosos vindos para enaltecer o disco, apenas a pureza da guitarra e uma bateria que sabe como cumprir seu papel. E é justamente aí que reside o acerto do álbum. A escolha de Jim Diamond (que já trabalhou com o The White Stripes e Jon Spencer Blues Explosion) na produção do disco vem da melhor maneira possível. O produtor soube como tirar o máximo de ambos os instrumentistas e preencher as faixas com o puro rock.

Black Pistol Fire (2011) abre com a rápida Cold Sun, que logo de cara introduz o ouvinte ao som proposto pela dupla. A dobradinha Suffication Blues e Where You Been Before tira o máximo de Kevin McKeown e sua guitarra. Jezebel Stomp poderia ter saído facilmente do Aha Shake Heartbreak (2004) do quarteto Kings Of Leon, enquanto Your Not The Only One com seu climão country rock geram o melhor momento do álbum. De Trigger On My Fire até So Heavy que encerra o disco o duo te presenteia com uma sucessão de hits marcados por sua eficiente e limitada instrumentação.

A estreia da dupla Black Pistol Fire não é nada mais do que um bom presente aos amantes do rock. Assim como The Party Ain’t Over, o novo disco de Wanda Jackson, o álbum da dupla “texana” é a mostra de que acima de qualquer experimentalismo ou inovação sonora, o básico rock n’ roll é ainda insuperável.

Black Pistol Fire (2011)

Nota: 8.1
Para quem gosta de: Kings of Leon, The Black Keys e The White Stripes
Ouça: Your Not The Only One

Por: Cleber Facchi

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.