Disco: “Black Shark”, Hammer No More The Fingers

/ Por: Cleber Facchi 01/02/2011

Hammer No More The Fingers
Indie Rock/Alternative/Power Pop
http://www.myspace.com/hnmtf

 

Os anos 90 parecem cada vez mais vivos e ativos do que nunca, o terceiro álbum do trio Hammer No More The Fingers vindos da cidade de Durham na Carolina do Norte é apenas mais uma prova disso. Guitarras com aquele jeitão de rock alternativo típico do período, vocais meio gritados, meio estendidos e alguns toques de música pop às composições mostram que a década ainda se faz presente.

Chamado Black Shark (2011) o disco é a sequência do segundo trabalho do trio lançado em 2009, o também pop Looking For Bruce. O álbum soa fácil como um Mineral menos triste e mais pegajoso. Cada uma das composições vem recheada por guitarras melódicas, letras acessíveis e uma instrumentação radiofônica que vem diretamente para cativar o ouvinte. Nada de complicações ou exageros, o HNMTF segue embalado por músicas simples, mas ainda assim divertidas.

Atlas of an Eye que abre o álbum é aquela típica canção com uma levada pós-hardcore, vocais de apoio ao fundo, bem básico, mas sem entediar. Em The Agency o grupo mostra o lado mais pop do disco. Uma dessas faixas que poderia ser inserida em qualquer série adolescente norte-americana. Os teclados ao fundo lembram levemente a sonoridade explorada no último lançamento do The Get Up Kids (There Are Rules, 2011), cujo som é bem similar ao da banda de Durham. Com Shark (que vem acompanhada por uma boa linha de baixo) o grupo chega à melhor síntese entre o rock e a música pop, através de uma canção despojada e que ganha um final crescente recheado por palmas e ótimas doses de guitarras.

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Duncan Webster, baixista e vocalista da banda mostra mais uma vez a boa eficiência de seu instrumento em Leroy, que com a aplicação das guitarras de Joe Hall e a bateria de Jeff Stickley gera a melhor faixa do álbum, canção que facilmente poderia ser inserida nos primeiros discos do Weezer ou em qualquer álbum do Jimmy Eat World. Na sequência entra Thunder n’ Rain, em que mais uma vez a banda dá mostras de sua instrumentação cativante e acessível. Ao fundo, um suave violoncelo que já vinha participando de algumas composições acaba recebendo mais destaque.

A sonoridade da banda em Steam ganha até uma modernizada. A faixa vem com um toque de sofisticação e guitarras mais voltadas para o indie rock dos anos 2000 e que se desenvolvem ainda mais quando chegam ao refrão. It’s About Carin faz a banda ficar parecida com Phantom Planet, enquanto Your Nutrition is My Mission mostra o trio exposto em uma sonoridade menos enérgica, mas sem perder o ritmo.

O álbum segue com The Visitor, aquele tipo de música feita especialmente para ser cantada em coro nas apresentações. A faixa vem interligada com Fingernails, última canção do disco e que dá continuidade a essa sonoridade mais grandiosa e emocional. Ao ouvir o terceiro trabalho do Hammer No More The Fingers você não vai encontrar nada de novo, porém as composições dinâmicas da banda e o uso de melodias fáceis vão acabar te conquistando. Simples e divertido.

 

Black Shark (2011)

 

Nota: 7.0
Para quem gosta de: The Get Up Kids, Phantom Planet e Rooney
Ouça: Leroy

Por: Fernanda Blammer

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.