Disco: “Blonde”, Coeur de Pirate

/ Por: Cleber Facchi 22/11/2011

Coeur De Pirate
Canadian/Indie Pop/Female Vocalists
http://www.coeurdepirate.com/

Por: Juliana Pinto

 

O indie pop ficou muito mais adorável desde que a canadense Beátrice Martin apareceu na cena, com o seu debut Coeur de Pirate lançado em 2008. O disco é dotado de doçura e delicadeza, somados ao charme da garota de Quebec e à sua voz envolvente.  Agora em novembro de 2011 Béatrice volta com o sucessor do Coeur de Pirate, Blonde. Um disco que tem como base a mesma atmosfera do primeiro trabalho da cantora, mas que vai muito além  no seu conteúdo sentimental.

Assim é o Blonde, um registro emocionado, em algumas faixas melancólico, e que fala sobre amor de uma forma suave, amena, agradável. A sensação do ouvinte logo nas primeiras faixas, a curta intro Lève les voiles e a animada Adieu, é de que por aí vêm 40 minutos bem gastos com a voz meiga e juvenil de Béatrice. E essa impressão não se esvai com o passar das melodias impecáveis do segundo trabalho a cantora.

O foco das letras são relacionamentos. Desastrosos, apaixonados, de todos os tipos. Como a própria Béatrice disse em uma entrevista, esse é um “relationship album”, porque contém cada fase de um relacionamento e retrata os pontos altos e baixos do mesmo. O disco não poupa acordes de piano e violão para embalar as letras incrivelmente pessoais da cantora, e de fácil identificação.  A evolução de Martin, que explora tanto o francês quando o inglês na hora de compor suas músicas, se faz gritante quando achamos potenciais hinos do french-pop nesse disco. É assim com a contagiante Verseau. Comparadas às composições do debut, é clara a tendência mais pop da cantora no trabalho recente.

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Dá pra perceber que o álbum é uma fase de transição na carreira de Béatrice Martin, um disco que precisava ser feito para mostrar a evolução de uma garota que cantava divinamente e tocava piano de maneira singular, para uma cantora madura e que procura definição na sua carreira e no seu estilo sem medo de sair da sua zona de conforto.

Embora as baladas dramáticas ainda estejam presentes na musicalidade de Martin (como podemos ver com a penúltima faixa, La petite mort), existe uma atmosfera solar em Blonde que o separa bastante do trabalho prévio da cantora. É uma descontração que o Coeur de Pirate não mostrou muito em 2008, mas que em Blonde é protagonista.

Esse é um trabalho incrivelmente inspirado e cheio de referências ao pop francês da década de 60, que conta com o paradoxo de letras melancólicas inseridas a melodias felizes. Talvez por sua vontade de parecer intemporal, Blonde soe um pouco deslocado para alguns. Mas a vibe retrô e a confiança de Martin como artista fazem valer a pena aqueles 40 minutos que falei. A música de Martin agrada fácil principalmente por sua paixão e delicadeza, e a suavidade e leveza do Blonde fazem com que não seja esforço nenhum passar por essas 13 faixas com um sorriso. Uma boa surpresa bem no finalzinho de 2011, pronta para embalar o clima de férias e a chegada do verão.

Blonde (2011, 101 Distribution)

Nota: 7.6
Para quem gosta de: Russian Red, Charlotte Gainsbourg e Soko
Ouça: Adieu, Golden Baby e Verseau

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.