Disco: “Blouse”, Blouse

/ Por: Cleber Facchi 12/11/2011

Blouse
Lo-Fi/Dream Pop/Indie
http://bbblouse.bandcamp.com/

 

Por: Fernanda Blammer

É somente agora, passado todo o alvoroço do verão norte-americano e a profusão de artistas calcados no uso de experiências ruidosas e lo-fi, que tem sido possível apreciar todas as nuances esbanjadas por trabalhos do gênero. Seguidores sinceros de toda essa corrente musical, porém, visíveis aficionados pelo conjunto de sons que caracterizam o drem pop, o trio de Portland Blouse faz de seu homônimo registro de estreia uma série de faixas encantadoramente sujas que teletransportam o ouvinte para um mundo onírico e repleto de doces calmarias instrumentais.

Conduzido pelos doces vocais de Charlie Hilton (guitarra e teclados) e contando com o suporte de Jacob Portrait (guitarra, teclados e bateria) e Patrick Adams (baixo), o projeto utiliza de suas 10 faixas para construir um tipo de som simplista, porém suficientemente capazes de transitar por sequências tomadas de primor e delicadeza. Dialogando com as mesmas referências musicais que delimitaram o trabalho de uma série de artistas ao longo dos últimos meses, a trinca norte-americana usa como mecanismo de distinção e possível identidade um único elemento: os flertes com a eletrônica.

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=WDjzTq77-18?rol=0]

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=QoLHdbD8dI4?rol=0]

Para além de incontáveis audições de clássicos do Dream Pop (Galaxie 500 está presente em todos os cantos do disco), muito do que caracteriza o trabalho da banda se concentra no uso bem explorado de sintetizadores quase ensolarados e trechos de bateria eletrônica que praticamente arrastam o trio para as pistas. Belo exemplo disso está em Time Travel, que além de contar com uma letra fácil, tem sua estrutura toda construída em cima de beats acessíveis, rompendo com a temática possivelmente hermética que poderia prejudicar o trabalho da banda.

Mesmo dono de algumas boas composições – tanto They Always Fly Away quanto Videotapes, com seu toque de Chillwave proporcionam bons momentos ao ouvinte -, o registro parece aos poucos perder seu fôlego, abrindo de maneira satisfatória e atrativa, porém, esmorecendo lentamente. Por mais que o trio consiga produzir um trabalho que se afaste das mesmas emanações clichês que saturaram o cenário norte-americano nos últimos meses, ainda falta um mínimo de fôlego para o desenvolvimento de um disco verdadeiramente aprazível.

 

Blouse (2011, Independente)

 

Nota: 6.0
Para quem gosta de: Sleep ∞ Over, Craft Spells e Widowspeak
Ouça: Time Travel

[soundcloud width=”100%” height=”81″ params=”” url=”http://api.soundcloud.com/tracks/25486191″]

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.