Disco: “Born This Way: The Remix”, Lady Gaga

/ Por: Cleber Facchi 18/11/2011

Lady Gaga
Pop/Electronic/Remix
http://www.ladygaga.com/

 

Por: Cleber Facchi

 

Mais do que uma hábil arquiteta da música pop contemporânea e o provável maior ícone do gênero atualmente, Lady Gaga sabe como poucos a maneira de administrar suas produções musicais de forma relevante. Melhor exemplo disso está no lançamento dos sempre aguardados remixes oficiais que a cada novo surgimento proporcionam ainda mais destaque ao trabalho da artista, algo que a norte-americana vem explorando significativamente desde que seu primeiro registro oficial – The Fame – foi apresentado em agosto de 2008.

Prosseguindo com a divulgação do recente Born This Way, segundo trabalho de estúdio da cantora, Gaga apresenta agora o aguardado álbum de remixes do registro, projeto que assim como em 2008 visa reformular as mais significativas composições de forma variável, com as músicas sempre passando pelas mãos de hábeis expoentes do pop/rock contemporâneo. Contabilizando menos faixas que o projeto anterior – enquanto antes apresentava 17 remixes, agora a artista surge com “apenas” 14 -, o novo álbum promete manter a diva pop por mais alguns meses no topo das paradas ou pelo menos ecoando pelas pistas de dança mundo afora.

Por mais que grande parte das composições remixadas já esteja circulando com destaque há bastante tempo, estranhamente ao nos depararmos com a totalidade do condensado de sons acabamos por nos deparar com um projeto quase inédito, onde pela primeira vez temos todas as composições fluindo dentro de uma linguagem muito similar. Diferente do último álbum de remixes da cantora torna-se visível uma forte aproximação entre as 14 canções aqui presentes, o que torna a audição do registro mais aprazível quando o observamos como um todo.

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Assim como no trabalho passado Gaga optou por favorecer suas composições para uma série de jovens representantes da música contemporânea – que incluía os novatos do Passion Pit e os pouco conhecidos integrantes do Monarchy -, com o presente trabalho isso não é diferente. De fato, torna-se visível uma maior participação dos expoentes do novo rock, algo que Foster The People (nos comandos de The Edge Of Glory) e o debutante produtor The Weeknd (em Marry The Night) assumem com total propriedade.

Mesmo marcado pela similaridade e pela concisão de seus remixes, Born This Way: The Remix não exclui a possibilidade de que seus colaboradores transpareçam um tipo de som totalmente próprio e característico. É o caso da excelente apropriação dos britânicos do Metronomy na ponderada You And I. Do princípio ao fim da canção é visível as claras particularidades do grupo, aproximando a composição da mesma linguagem por eles abordada em seu último trabalho de estúdio, The English Riviera. O mesmo se repete nos remixes feitos por Twin Shadow (Born This Way) e The Horrors (Bloody Mary) que puxam as músicas para junto de suas próprias características.

Com o álbum, Gaga acaba alcançando um feito peculiar, conseguindo agradar tanto aos velhos seguidores que há algum tempo vem acompanhando seu trabalho, como abre uma possibilidade (mesmo que mínima) para dialogar com os seguidores dos responsáveis pelos remixes do disco. Independente de seus objetivos, o álbum acaba atendendo ao que parece ser um objetivo básico desse projeto: converter as composições da artista em algo dançante e durável, mesmo que por mais alguns meses.

Born This Way: The Remix (2011, Streamline/Interscope/Kon Live)

Nota: 7.0
Para quem gosta de: Rihanna, Beyoncé e Katy Perry
Ouça: You And I (Metronomy Remix) e Born This Way (Twin Shadow Remix)

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.