Disco: “Celestial Lineage”, Wolves in the Throne Room

/ Por: Cleber Facchi 18/10/2011

Wolves in the Throne Room
Black Metal/Ambient/Progressive Metal
http://www.wittr.com/

 

Por:Fernanda Blammer

Os últimos cinco anos foram de profundas transformações e intensas experiências para Nathan e Aaron Weaver, os dois principais responsáveis por dar vida ao soturno projeto Wolves in the Throne Room. Da praticamente desconhecida estreia da banda com Diadem of 12 Stars em 2006, ao crescimento assombroso com Two Hunters logo no ano seguinte, a dupla vinda de Olympia, Washington faz com que em cada novo trabalho sejamos aprisionados em suas composições transcendentes e capazes de agregar incontáveis sensações, algo que se reforça agora com a chegada do quarto álbum apresentado pela dupla.

Fazendo valer o rótulo de “ambient black metal” que acompanha o duo desde seu primeiro registro, Celestial Lineage (2011, Southern Lord) converte suas sete composições em um apanhado de faixas que mesmo controladas por intensas doses de guitarras sujas e claustrofóbicas, acabam por reproduzir um terreno musical atmosférico e abrangente. Dissolvido em quase cinquenta minutos, o registro converge desde sons tomados por uma exigência gutural, até faixas que transportam a dupla para um terreno etéreo e quase místico.

Aos que talvez vissem Path Of Totality do trio norte-americano Tombs ou Aesthethica do Liturgy como fortes candidatos a disco do ano dentro do catalogo de registros voltados ao terreno do metal, provavelmente terão de rever suas opiniões ao se depararem com este disco. Parecendo se desenvolver por conta própria, o álbum cresce de forma quase inexplicável a cada segundo, como se o disco nada mais fosse do que o agregado de sons de uma criatura obscura vinda de algum denso bosque do hemisfério norte.

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Dividido entre momentos de puro caos e beleza instrumental dissolvida de maneira reconfortante, o álbum vai aos poucos se revestindo de uma camada épica, circundando o ouvinte com uma musicalidade vasta e repleta de sensações. Logo na abertura do disco com Thuja Magus Imperium, somos presenteados com toda a dualidade que se esconde no interior do trabalho, afinal, a abertura suave, carregada por sintetizadores e um toque mágico nos vocais da convidada Jessika Kenney, logo se transformam em algo descartável, com a dupla dando sequência a uma montanha de sons duros e capazes de soterrar o ouvinte.

Essa constante divisão vai permeando todo o trabalho, permitindo assim que o duo desenvolva tanto uma sonoridade integralmente voltada aos sons ambientes, como faixas carregadas de peso e uma tonalidade sufocante. Estranho como em seus momentos mais “delicados” o disco acabe transferindo um caráter de trilha sonora, algo bem representado quando ouvimos a curta Permanent Changes in Consciousnes, que parece revelar uma vinheta de algum filme medieval antigo ou mesmo a música ambiente para os livros de Bernard Cornwell.

Mais do que um agregado de sons diversificados, Celestial Lineage é um trabalho de expectativa, afinal, o ouvinte acaba se mantendo atento ao longo do registro, sem saber se a faixa seguinte o transportará para um mundo de sons idílicos ou um arremessará em uma montanha de escombros instrumentais.

Celestial Lineage (2011, Southern Lord)

Nota: 8.4
Para quem gosta de: Altar Of Plagues, Isis e Earth
Ouça: Woodland Cathedral

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.