Disco: “Chasing After Ghost”, The Crookes

/ Por: Cleber Facchi 20/04/2011

The Crookes
British/Indie Rock/Alternative
http://www.myspace.com/thecrookesmusic

Por: Fernanda Blammer

Enquanto um bom número de artistas buscam se estabilizar inspirados pela década de 1990 há quem ainda prove que muito pode ser aproveitado do post-punk e toda a referência de bandas dos anos 80. Mais recente exemplo de que The Smiths e todo o batalhão de grupos ingleses ainda são uma boa fonte de inspiração é o quarteto The Crookes, que transitando pelo fim dos anos 70 e início da década seguinte encontram um bom material para dar vida ao seu primeiro disco de estúdio, um conjunto de onze excelentes faixas.

Qualquer um que venha acompanhando os grupos de indie rock britânicos sabe que em termos de produção o gênero sofreu uma visível queda na qualidade de seus artistas, valor inversamente proporcional ao número de bandas que surgiram inspirados pelo estilo nos últimos anos. Boa parte dos grupos que despontaram no começo da década passada tiveram em seus discos seguintes uma sequência lamentável, como se simplesmente esquecessem que melodias pegajosas e letras fáceis fossem sim importantes. Claro que nomes como The Maccabees, The Kooks e The Subways, por exemplo, conseguiram manter uma boa linha em suas canções, mas observando tudo em um panorama a situação não estava nada boa.

Com o The Crookes a situação é felizmente oposta. O quarteto formado por George Waite (vocal e baixo), Russell Bates (bateria), Daniel Hopewell (guitarra) e Alex Saunders (guitarra) faz com que ao longo de Chasing After Ghosts (2011) os hits certeiros, guitarras rápidas e letras fáceis preencham o vazio dos ouvidos com suas agradáveis ressonâncias. Passeando ao lado de Morrissey pela década de 1980, até princípios do brit pop, o grupo faz com que o básico e o fácil sejam mais do que necessários.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=9Il1NASOxBw]

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Uc-Nu86hBsY]

O álbum abre com Godless Girl, uma dessas canções repletas de nostalgia e com os vocais de Waite lembrando de leve Orlando Weeks do The Maccabees. A sequência com Chorus of Fools e Just Like Dreamers afastam a banda de suas antigas referências e a transportam para os anos 2000, dando aos sons do grupo um toque de indie pop, principalmente na segunda faixa. Porém, toda essa novidade é passageira, com o grupo sendo arremessado de volta ao passado com Bright Young Things, soando como alguma coisa na new wave norte-americana, ou mais especificamente um The Romantics contemporâneo.

Primeiro momento sofredor do disco, The Crookes Laundry Murder, 1922, faz com que a banda mostre toda sua sensibilidade e habilidade em criar faixas emocionantes, aproximando-se mais uma vez dos Smiths, principalmente dos discos The Queen Is Dead (1986) e Strangeways Here We Come (1987). A energia, porém, logo se estabelece nas canções seguintes, com o quarteto mandando mais um bem direcionado e assertivo mar de guitarras. Destaque para Bloodshot Days, com seu ritmo bem peculiar.

Embora o The Crookes não desponte o mesmo caráter pop chiclete que discos como Employment (2005) ou Inside In/Inside Out (2006), a boa construção desse debut joga a banda direto para o topo das grandes novidades do rock britânico atual. Chasing After Ghosts vai ao longo de todo seu desenvolvimento aprimorando suas canções, fazendo com que o melhor de todo o trabalho fique armazenado próximo de seu término. O disco, porém, deixa a seguinte duvida: Teria a banda capacidade de produzir mais um disco nesse mesmo nível ou seriam eles mais uma pequena e passageira febre no rock inglês? Enquanto as respostas não vem, o jeito e ouvir e aproveitar.

Chasing After Ghosts (2011)

Nota: 7.4
Para quem gosta de: The Maccabees, The Kooks e The Vaccines
Ouça: Bloodshot Days

[soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/3025683″]

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.