Disco: “Crack My Bones”, The Shoes

/ Por: Cleber Facchi 12/03/2011

The Shoes
French/Electronic/Electro
http://www.myspace.com/the.shoesmusic

 

Por: Fernanda Blammer

Guillaume e Benalways estes são os nomes da dupla de DJs que comandam o The Shoes, recente projeto francês de música eletrônica com algumas levas de rock e boas cargas de sintetizadores. Dançantes e com certo toque de sofisticação, as dez faixas de Crack My Bones (2011) contribuem para um clima gostoso e assertivo, mas que em alguns momentos se mostram de forma ponderada demais. Se dividindo entre momentos de exaltação e faixas mais discretas essa estreia do duo ganha logo a definição de “é bom, mas poderia ser melhor”.

O álbum abre com Stay the Same repleta de uma sonoridade que remete facilmente à Friendly Fires ou alguma coisa menos pulsante do Hot Chip, o bom emprego dos vocais, sempre se sobrepondo a musica é o principal ponto da faixa, evitando com que ela caia em rápido desgaste. Na música seguinte é a participação dos integrantes do Wave Machines em Cover Your Eyes o que movimenta a faixa, impedindo o que poderia se transformar em uma canção insossa e simplista.

Trazendo um som que vai do chillout a um quase indie pop eletrônico, People Movin soa de maneira bem similar às composições do último disco do Tahiti 80, ou seja, aquele tipo de pop suavemente eletrônico que só os franceses sabem fazer. Com uma roupagem claramente inspirada na década de 1980 (com um pouco menos de neon, é claro) Wastin’ Time, mais uma composição que fica o tempo todo no quase.

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A climatização pacata das primeiras faixas fica momentaneamente esquecida com Time to Dance, a primeira faixa realmente dançante do álbum, que se não fosse por seu ritmo a 140 BPM poderia facilmente ser confundida com algum single do I’m From Barcelona. Toda a agitação da faixa é apenas uma preparação para a chegada de Cliché, a melhor canção do álbum. Com participação de Anita Blay do Cock’nBullKid a faixa esbanja ares sensuais e mostra a dupla em seu momento mais sério e vigoroso dentro de todo o trabalho.

Parece que a partir das duas últimas faixas a banda finalmente entrou no ritmo, o que fica mais do que comprovado com a faixa que dá título ao álbum, Crack My Bones. Menos enérgica que as canções anteriores, as batidas mais dispersas e o clima obscuro fomentam outro bom momento do disco, algo que sem dúvidas poderia ser aproveitado desde a primeira faixa do álbum, evitando alguns constrangimentos, como os encontrados em algumas das canções que abrem o disco.

Para os que acham o álbum um misto excessivo de sons diversos com eletrônica, Bored muda toda essa perspectiva. Recheada de elementos sintéticos e batidas diretas, a faixa é perfeita para esquentar qualquer pista de dança. Superando todos os problemas das primeiras canções The Wolf Under the Moon pega todos os erros que abrem o álbum por meio de composições amenas e transforma em um verdadeiro acerto. Para fechar, a dupla manda oito minutos de excelentes batidas, loopings e programações eletrônicas estonteantes com Investigator. Na dúvida, ouça o disco da metade para o fim e só depois aprecie as demais faixas, você poupa tempo e ainda é presenteado com ótimas canções.

Crack My Bones (2011)

 

Nota: 6.5
Para quem gosta de: Tahiti 80, Discodeine e 80Kidz
Ouça: Clichê

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.