Disco: “Crooks & Lovers”, Mount Kimbie

/ Por: Cleber Facchi 27/12/2010

Se o diabo reside nos detalhes, Crooks & Lovers (2010) da dupla britânica Mount Kimbie se faz de sua morada. Trabalhado em cima da sonoridade dubstep o disco preza por efeitos minimalistas inspirados além de doses apuradas de experimentalismo eletrônico e alguns ruídos adicionais.

Comandado pelas mentes detalhistas de Dom Maker e Kai Campos o Mount Kimbie faz parte da leva de músicos britânicos guiados pela sonoridade dubstep, que desde o final da década de 1990 vem comandando as pistas de dança de alguns nichos ao redor do mundo. De fato a sonoridade do grupo é destinada a poucos. As batidas compenetradas, os efeitos singelos e o looping suave das faixas vêm muito mais para relaxar o ouvinte do que para entusiasmá-lo em alguma noitada. Um verdadeiro arrasa quarteirões nos espaços lounge das festas de eletrônica.

Cada faixa de Crooks & Lovers é individual, hermética e ainda assim coesa com suas irmãs composições. As canções seguem uma fórmula básica: camadas e efeitos controlados sempre acompanhados de batidas quebradas e alguns ruídos esporádicos. Embora a técnica se repita nas 11 faixas que compõem o disco existe sim uma alternância de elementos que vão reconfigurando as canções, dessa forma o álbum evita redundâncias e prima pela inovação.

Oscilando entre 100 e 140 batimentos por minuto as faixas são leves e reproduzem uma ambientação suave. Blind Night Errand é a canção mais “intensa” do álbum, enquanto Carbonated e Ruby com sua sonoridade dub cativam pela sua instrumentação eficiente e acréscimos controlados de efeitos. A curta Between Times encerra o disco categoricamente com suas batidas secas e instrumentação obscura.

Não há contra indicações para quem pretende se aventurar pelo som viajado do Mount Kimbie. Apenas um aviso: se você está habituado a uma eletrônica mais “agressiva”, o som feito pela dupla não é a sua praia.  Já se você pretende se integrar a um universo de batidas sossegadas e faixas relaxadas, Crooks & Lovers é sem sombra de dúvidas a sua melhor escolha.

Nota: 8.2
Para quem gosta de: James Blake, Burial e Joy Orbison
Ouça: Before I Move Off

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.