Disco: “Demage Points”, Slow Runner

/ Por: Cleber Facchi 17/03/2011

Slow Runner
Indie Pop/Electronic/Alternative
http://www.slowrunnermusic.com/

 

Por: Fernanda Blammer

Nada define melhor o trabalho do Slow Runner do que a célebre frase “duas cabeças pensam melhor do que uma”. Desde que se conheceram na faculdade, ainda em 2003, Michael Flynn e Josh Kaler sentiram como a afinidade musical dos dois poderia ser benéfica, feito que de lá pra cá já presenteou o público com três belas pérolas da melancolia, além de um simpático EP. Para 2011 o duo não para e acaba de lançar seu mais recente disco de estúdio.

Denominado Damage Points (2011), o álbum é um concentrado de composições levemente sofridas, mas que se sobressaem por conta de um belo arranjo, que mistura desde puros acordes acústicos, além de guitarras e uma instrumentação eletrônica funcional. Embora desponte para uma temática de videogame (como fica perceptível no título do trabalho), não vá esperando por um achado repleto de detalhamentos 8bit ou chiptune. O álbum é de um sentimentalismo indie cuidadoso e encantador.

A todo o momento a inspiração de Ben Gibbard fica perceptível no desenvolvimento do álbum. Em geral pela vasta discografia ao lado do Death Cab For Cutie, que acaba se refletindo em faixas como Apocalypstic Kiss ou Say You’re Still Lonely, em que a sonoridade simplista e em boa parte das vezes acústica, transmite a mesma emoção encontrada em álbuns como Transatlanticism (2003) e Plans (2005). Por outro lado (e talvez a maior parte do disco) é o projeto ao lado de Jimmy Tamborello (Dntel), o The Postal Service, que acaba predominando.

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Por todos os cantos do registro, minimalismos eletrônicos vão dando fomento às composições, contribuindo para o desenvolvimento de um cenário musical depressivo e sofrido, mas convidativo. Em Devil Moon, por exemplo, as pequenas batidas e programações eletrônicas da abertura da faixa (que muito lembram Such Great Heights, do projeto de Gibbard e Tomborello), mesmo mescladas com adornamentos orgânicos acabam favorecendo todo o lado sintético da dupla.

Embora, como dito no começo do texto, o álbum não se oriente dentro da temática 8bit, faixas como Super Demage Points! (o nome já diz muita coisa) apresentam com total propriedade os sons repletos de influências de videogames antigos, porém, sem nunca se desvincular se aspectos que expandam o lado “humano” do trabalho. O cuidado com que a dupla desenvolve seu som fica evidenciado em Strange Days, com uma mescla dos dois elementos que circundam o trabalho.

Damage Points é um disco romântico, destinado as pessoas de coração machucado (como o da capa do álbum), mas que ainda não perderam as esperanças. Apesar de trafegar o tempo todo por um caminho tortuoso e entristecido, os toques de bom humor acabam se sobressaindo. Um registro para os corações solitários, que deve ou piorar ou amenizar sua situação.

Demage Points (2011)

 

Nota: 7.2
Para quem gosta de: The Postal Service, Dntel e Death Cab For Cutie
Ouça: Strange Days

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.