Disco: “Diamonds and Death”, VHS Or Beta

/ Por: Cleber Facchi 14/09/2011

VHS Or Beta
Electronic/Indie/Dance
http://vhsorbeta.com/

 

Por: Fernanda Blammer

O começo dos anos 2000 foi sem sombras de dúvidas um bom período para aqueles que estavam em busca de um rock que respeitasse suas origens, embora partisse em busca de um som puramente dançante e montado para as pistas. Entre nomes como Franz Ferdinand, The Sunshine Underground, Radio 4, The Rapture, The Caesars e tantos outros que hoje talvez nem mais existam, o VHS Or Beta talvez fosse o grupo que melhor compreendesse toda a cena que na época estava se armando, afinal, desde 1997 quando a banda se formou que aquele tipo de som já era algo comum em suas composições.

Bebendo intensamente da cultura dos anos 80 – algo bem perceptível a partir da intensa participação de sintetizadores em suas canções -, a dupla formada por Craig Pfunder e Mark Palgy apresentou ao mundo dois álbuns, sendo o primeiro Night on Fire de 2004 e o segundo Bring on the Comets lançado em 2007. Mesmo que não fossem grandiosos registros, a sonoridade apresentada pelo duo, bem como suas letras pegajosas pareciam se revelar como trabalhos típicos daquele período, discos carregadas por uma aura despretensiosa, voltados exclusivamente para as pistas.

Partindo desse ponto, não há como negar a estranheza ao observarmos Diamonds and Death (2011, Astralwerks), terceiro e mais novo trabalho da dupla norte-americana, um disco que mesmo dançante, empolgado em alguns momentos e carregado por alguns parcos hits parece simplesmente ter parado no tempo, como se o duo ainda vivesse em 2004. Composto de nove faixas – algumas excessivamente extensas – o disco passa longe de soar como um revival do recente período, se revelando como um trabalho que parece demasiado retrógrado, até quando o observamos dentro da ainda minúscula discografia da banda.

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Distante da pegada levemente roqueira dos antigos trabalhos da dupla, o álbum vem cercado de projeções eletrônicas, com o duo se cobrindo com uma capa sintetizada, calcada no uso de harmonias escuras, pouco festivas e que beiram o minimalismo em alguns momentos. Mesmo que se volte para uma construção musical dançante em certas faixas, o disco mantém constante a busca por um tipo de som opaco e limitado, como se a dupla não buscasse em nenhum momento pela construção de uma música inundada por mínimos exageros.

Talvez pelo visual do clipe que o acompanha, Breaking Bones, faixa de abertura do álbum e primeiro single lançado soa de forma insossa ao ser apreciado dentro da totalidade do disco, como se a composição, montada para cativar seus ouvintes conseguisse realizar o efeito contrário. Mesmo as boas guitarras que explodem em pontos específicos da canção não conseguem entusiasmar, sendo exatamente essa a sensação que acompanha o ouvinte até o término do trabalho, com a dupla se trancafiando em meio ao uso de loopings nada inventivos e batidas arrastadas, isso sem contar nas letras fracas que tornam a audição do álbum ainda mais arrastada. Até em seus melhores momentos, como em I Found a Reason o disco não engrena, se mantendo sempre na mesmice.

Tortuosos, os pouco mais de 50 minutos do disco custam a passar, deixando transparecer uma dose de redundância, como se o ouvinte ficasse horas preso em uma mesma e imutável faixa. Diamonds and Death é um registro tão fraco e pouco convidativo em suas composições, que mesmo lançado há cinco ou dez anos dificilmente conseguiria alguma boa repercussão. Se alguns registros ficam constantemente no quase, este é um álbum que não chega nem perto disso.

Diamonds and Death (2011, Astralwerks)

 

Nota: 5.0
Para quem gosta de: Van She, Radio 4 e Rinôçérôse
Ouça: I Found a Reason

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.