Disco: “Different Activities, Similar Diversions”, The Leaf Library

/ Por: Cleber Facchi 08/02/2011

The Leaf Library
Indie/Electronic/Indie Pop
http://www.myspace.com/theleaflibrary

 

Para pessoas que não buscam por fortes emoções e gostam de um som compactado e tranquilo, a dica é o novo álbum do The Leaf Library. A banda londrina formada por Ben Smith, Gareth Jones, Kate Gibson, Lewis Young e Matt Ashton traz composições minimalistas em Different Activities, Similar Diversions (2011), primeiro trabalho de estúdio em que o grupo dá continuidade ao som recluso e agradável de seus EPs.

O álbum abre com a delicada New Year, uma faixa comandada por guitarras discretas e com poucas alterações em seu ritmo. Só lá pelo meio da composição que entram algumas discretas notas de vibrafone para enaltecer ainda mais o já comportado som da banda. Com Light & Colour, a canção seguinte, um misto de indie rock comportado com toques de música eletrônica vão dando forma à faixa. Os vocais intercalados de Ben Smith e Kate Gibson dão um charme ainda maior à canção, que através do uso de sintetizadores e trompetes se transforma e ganha novos contornos.

Em No Memory, No Plans o grupo soa como uma espécie de Death Cab For Cutie muito mais contido e menos orgânico, enquanto Tomorrow Will Be OK tocada integralmente com um piano experimental dá uma sonoridade distinta ao álbum e evita que a banda se perca em repetições. Com quase oito minutos Evening Runner é uma canção climática que através dos vocais de Gibson transita em uma linguagem muito próxima da do Sterolab. As viagens sofisticadas de violino e guitarras ao fundo da faixa reforçam ainda mais o caráter minimalista do trabalho. Do meio para o fim a canção se transforma em um passeio hipnótico por conta dos vocais e da instrumentação postos em looping.

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O lado recluso da banda é rapidamente abandonado em Many Small Hands com um rock básico tomando as rédeas da música. Os teclados, como sempre acabam dando uma finalização essencial às canções. Contudo o leve toque de exaltação logo se extingue para dar lugar à melancolia de I Was There, com um belo dedilhado de guitarra duelando discretamente com um sintetizador ponderado.

Através de Closer o grupo dá vazão a uma sonoridade um pouco mais “áspera” do que a inicialmente empregada. As guitarras e teclados surgem muito mais abertos e mesmo os vocais aparecem menos contidos. Bright Blues encerra o álbum com seus ruídos ocasionais, e uma sonoridade menos comportada e mais séria. Os teclados dispensam o lado mais “alegrinho”, utilizado em alguns momentos e dão lugar a acordes mais obscuros.

A banda finaliza ainda com a inserção de algumas faixas demo, além de três remixes que surgem como uma versão estendida da sonoridade minimalista do grupo. Different Activities, Similar Diversions é claramente uma estreia bem acertada do quinteto britânico The Leaf Library, o minimalismo hipnótico de suas canções é estranhamente agradável e irritante, e bem por conta disso um trabalho interessante.

 

Different Activities, Similar Diversions (2011)

 

Nota: 7.3
Para quem gosta de: Sterolab, Electric President e Dntel
Ouça: Evening Runner

 

Por: Cleber Facchi

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.