Disco: “Direito de Ser Nada”, Violins

/ Por: Cleber Facchi 21/04/2011

Violins
Brazilian/Alternative/Rock
http://www.myspace.com/violinsbr
http://www.violins.com.br/

Por: Stiven Souza

Quando, há três anos, o Violins anunciou o término de suas atividades, estava claro que uma morte prematura era anunciada. Uma das bandas mais relevantes do verdadeiro rock nacional e com uma discografia das mais originais acabava repentinamente. Entretanto, desde o ano passado o grupo vem mostrando que de fato tem muito a dizer ainda. Direito de Ser Nada (2011), o mais recente trabalho dos goianos, traz linhas de baixo fortes e bem trabalhadas, sobrepostas aos rifes de guitarras overdrive que remetem ao genuíno indie rock.

O novo disco do Violins é mais suave que o anterior, Greve das Navalhas (2010), lembrando os primeiros trabalhos da banda. Está mais para Aurora Prisma – embora menos experimental – do que Tribunal Surdo. Mas ao contrário do álbum de 2010, que não apresentava nada significativamente inédito, em Direito de Ser Nada o que se vê é outra perspectiva do Violins, algo realmente novo.

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Já na primeira faixa é perceptível o que vem a ser a obra toda: um som dinâmico e poderoso que prende o ouvinte. As melodias de baixo, predominantes no disco, carregam características do new wave, de bandas como Bow Wow Wow ou Magazine. O álbum possui uma linearidade do início ao fim, todas as músicas seguem a mesma linha sonora, o que constrói uma coesão no disco. Desta vez, a sonoridade da banda é mais crua e os elementos sintéticos são mínimos nas faixas. No entanto, a criatividade das melodias excede os trabalhos anteriores, experimentando mais em ritmos e melodias do que em texturas.

Através do novo disco, Beto Cupertino conseguiu rebuscar a musicalidade das letras que haviam se perdido em Greve das Navalhas. As músicas não possuem aqueles momentos desagradáveis de se ouvir, pouco melódicos e até cacofônicos. Elas são cantadas com suavidade, sem forçar os versos em melodias inadequadas. Entretanto, o vocal é pouco explorado e valorizado neste novo álbum, o que ao certo é uma falha, considerando o talento do Beto. Ao contrário dos outros instrumentos, as linhas vocais possuem poucas variações.

Contudo, o grande mérito de Direito de Ser Nada situa-se na construção de um som mais pop, acessível e pegajoso, mas ainda assim extremamente inventivo.

Direito de Ser Nada (2011)

Nota: 8.1
Para quem gosta de: Poléxia, Placebo e Ludovic
Ouça: É como está

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.