Disco: “England Keep My Bones”, Frank Turner

/ Por: Cleber Facchi 30/11/2011

Frank Turner
British/Folk/Singer-Songwriter
http://frank-turner.com/

Por: Juliana Pinto

 

Ex-vocalista da banda de post-hardcore Million Dead, Frank Turner abandonou as guitarras em 2005 para seguir carreira solo acústica. A vontade do inglês nascido em Meonstoke de seguir uma linha menos agressiva e mais sofisticada já era antiga e finalmente em 2007 ele concretizou Sleep Is For The Week, seu debut. Com vocais fortes, exuberantes, e com a atitude de um rockstar, Turner adentrou no folk de maneira singular no seu álbum de estréia, recebeu inúmeras críticas positivas e mostrou um lado punk para a música unplugged. Não é à toa que hoje ele é um das figuras mais queridas (e cool) da música folk britânica.

Agora em 2011, veio England Keep My Bones, o quarto álbum dele e o registro mais cuidadoso e mais distante do hardcore que Turner já compôs. Distante, mas não completamente desligado. Suas letras apaixonadas e intensas mostram a vontade do compositor de fazer hinos, e sua voz poderosa complementa esse ar épico que ele gosta de dar a todos os seus trabalhos. Dá pra perceber isso na faixa acapella do álbum, English Curse, que mesmo sem instrumento algum, consegue ser uma das mais fortes do disco inteiro.

Apesar dos violões expressivos e das gaitas sempre muito presentes, ainda existe bastante post-hardcore e punk na sonoridade do ex-membro do Million Dead, como, por exemplo, na elétrica One Foot Before The Other, faixa que parece um pouco deslocada quando comparada às outras do England Keep My Bones. Mas é exatamente esse experimento com outros gêneros bem diferentes do folk que faz o álbum ser tão interessante. Mesmo com seu tom complexo em alguns momentos, England Keep My Bones ainda se mostra acessível.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=SVx2RuANAyk&w=640&h=360]

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=hNHcS0Bic78&w=640&h=360]

A sinceridade que o disco te passa é incrível, é o que dá o charme e o tom carismático do trabalho inteiro. Frases como rock ‘n’ roll would save us all”, do single I Still Believe e “there is no God, we’re all in this together”, da canção final Glory Hallellujah, transmitem essa intensidade de Turner.

Com riffs bem colocados, England Keep My Bones ganha identidade e personalidade graças ao espírito único da música do compositor inglês, que não tem medo de experimentar e já provou que até agora tem sido muito bem sucedido nisso.

Frank Turner mostra com o seu quarto álbum que existe muito mais no folk do que melodias melancólicas e letras obscuras. Existe um lado enérgico, charmoso e carismático, que faz a gente querer cantar junto cada um dos refrões contagiantes . England Keep my Bones é um disco de identificação, empatia, um registro perfeito para servir de pano de fundo de uma longa viagem de carro. É para apreciar a paisagem da estrada, sem pressa de chegar ao seu destino.

England Keep my Bones (2011, Xtra Mile Recordings/Epitaph)

Nota: 7.3
Para quem gosta de: Million Dead e Ben Marwood
Faixas Favoritas: I Still Believe, I Am Disappeared e Glory Hallellujah

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.