Disco: “Escort”, Escort

/ Por: Cleber Facchi 17/12/2011

Escort
Electronic/Disco/Funk
http://www.weareescort.com/

 

Por: Juliana Pinto

A gente sabe que o Brooklyn é berço de manifestações artísticas incríveis, incluindo música da melhor qualidade, independente do gênero. E é de um dos lugares mais criativos do estado de New York que vem a Escort, banda de alma nostálgica, que resgatou a época de ouro da disco music, e abalou as estruturas do cenário dance quando surgiu em meados dos anos 2000, fruto do encontro de Dan Balis e Eugene Cho na Vassar College. Os dois amigos começaram a fazer house singles e a samplear grandes nomes do pop setentista, até que recrutaram nada mais nada menos que 15 músicos para se juntarem a eles nas apresentações ao vivo.

Após o barulho que fez na cena independente de New York, o Escort explodiu com o single Starlight e conquistou uma legião fiel de seguidores. E agora no fim de 2011 eles se estabelecem de vez com o debut self-titled. A proposta da banda é colocar todo mundo na pista, e o disco cumpre essa tarefa de forma divinamente criativa e singular. A voz da vocalista Adeline Michele encaixa perfeitamente com as batidas nostálgicas da música do Escort, dando a esse álbum de estréia um clima descontraído, divertido, que nos dá a impressão de que eles chegaram sem pretensão alguma.

O registro é a reunião dos singles de cinco EP’s lançados desde 2006, com músicas inéditas. A vibe tropical e old school que o Escort conseguiu construir é o carro chefe desse álbum inventivo e sofisticado, que segue muito bem sua proposta e vai além.

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O palco lotado por 17 pessoas pode até dar a sensação de que a festa começa ali mesmo, nos ensaios do grupo. Mas a verdade é que sendo uma verdadeira orquestra, o Escort nunca consegue reunir todo mundo para ensaiar. E todo o esforço para montar essa super banda vem da vontade dos fundadores Balis e Cho de abandonar os instrumentos digitalizados e partirem para um movimento disco-revival que acabou se tornando o diferencial do Escort.

Balis já definira a identidade desse debut numa entrevista, quando afirmou que “gostaria que todas as faixas soassem como singles e que os DJ’s pudessem se imaginar tocando o todo o disco”. Missão cumprida. Não é difícil se imaginar numa festa onde simplesmente dão o play nesse álbum, e ele fala por si só. A alma soul presente nos grandes grupos dos anos 70 se fazem presente nesse lançamento aguardado por público e crítica. Mas mesmo com muita influência setentista, ainda assim o Escort nos traz um quê de modernidade e experimento que só o século XXI é capaz de prover.

O estilo e a originalidade dos dois amigos do Brooklyn atravessaram fronteiras e construíram um álbum atemporal, recheado de new wave, synth pop, disco, funk e o que mais a aura independente e única do Escort conseguir alcançar com sua sonoridade contagiante, que coloca todo mundo para dançar.

Escort (2011, Escort Records)

Nota: 7.8
Para quem gosta de: The Go! Team, Hercules and Love Affair e Azari & III
Ouça: Cocaine Blues, Starlight e All Through the Night

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.