Disco: “Fading Parade”, Papercuts

/ Por: Cleber Facchi 04/02/2011

Papercuts
Indie/Dream Pop/Alternative
http://www.myspace.com/thepapercuts

Por: Fernanda Blammer 

Se a intenção de Jason Quever, o rapaz que comanda as composições do Papercuts era a de lançar um álbum trabalhado em cima da sonoridade Dream Pop, tudo bem, ele conseguiu. Porém se o desejo do mesmo era de trazer algo novo para sua curta discografia então é bom informá-lo: Quever você não conseguiu. Fading Parade (2011), quarto álbum do músico chega embalado por um mar de referências, mas que dão vida a canções que ficam o tempo todo no quase.

O Papercuts surgiu na primeira metade dos anos 2000 quando lançou seu debut Mockingbird em 2004. Logo depois foi abraçado pelo selo Gnomonsong, casa de artistas obscuros, mas que tem como representante maior a banda Vetiver (projeto paralelo de Devendra Banhart). Pelo selo independente Quever, que é o único membro definitivo da banda, lançou dois álbuns: Can’t Go Back (2007) e You Can Have What You Want (2009). O primeiro foi o que deu destaque ao músico, por meio de suas composições agraciadas por boas aplicações de camadas e texturas sonoras em seu desenrolar. Com o segundo disco o rapaz ainda se esforçou para concretizar faixas agradáveis, embora já mostrasse não ter o mesmo espírito da estreia.

Com esse quarto trabalho o músico não apenas apresenta uma sonoridade diferente como muda de casa mais uma vez. Agora integrante do casting da Sub Pop Jason Quever deve encontrar uma abertura maior no caminho para chegar até o público, pena que seja através de um álbum tão fraco como esse. Tudo bem que Fading Parade consegue se manter acima da média, mas falta entusiasmo e composições que de fato consigam atrair o ouvinte. O músico que pegou carona em uma turnê com Grizzly Bear e Beach House poderia facilmente ter solucionado seus problemas se simplesmente prestasse atenção nos últimos lançamentos desses dois grupos.

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Tanto os ursos pardos como o casal da casa de praia alcançaram o melhor resultado em suas composições com seus trabalhos mais “pegajosos” e melódicos. Veckatimest (2009) do primeiro conseguiu transformar as composições embaraçadas de outrora em um resultado engrandecedor sem perder a qualidade em suas canções. Com Teen Dream (2010) do segundo a mesma coisa. A instrumentação obscura e pesada anteriormente aplicada chega aos ouvidos de maneira melódica e muito mais agradável.

Quever até consegue obter um excelente resultado com a faixa Do You Really Wanna Know, porém é apenas nessa faixa de abertura e depois para por aí. Nas canções seguintes o rapaz não consegue de forma alguma reproduzir o mesmo acerto se prendendo em faixas redundantes e sonolentas. O ritmo e os instrumentos parecem sempre os mesmos. É a velha fórmula da uma mesma faixa repetida em looping até o fim do álbum.

Pela experiência do músico e pelo suporte dado pela Sub Pop Fading Parade teria tudo para ser um bom disco, coisa que não é. Quem quiser pode até se arriscar a experimentar o disco, mas e muito improvável que ele garanta múltiplas audições.

 

Fading Parade (2011)

 

Nota: 7.0
Para quem gosta de: Lotus Plaza, Beach House e Grizzly Bear
Ouça: Do You Really Wanna Know

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.