Disco: “Future This”, The Big Pink

/ Por: Cleber Facchi 14/01/2012

The Big Pink
British/Alternative/Electronic
http://musicfromthebigpink.com/

Por: Matheus Azevedo

The big Pink 

As boas vibrações deixadas pelo primeiro disco do The Bing Pink – e que fez deles queridinhos da NME e outras tantas publicações ao redor do globo -, foram suficientes para deixar a crítica musical preparada para o novo disco do duo britânico. Entretanto, a mudança considerável no rumo sonoro da banda fez de Future This (2012) um alvo de críticas se posicionando contra o novo trabalho do grupo. De fato, seu novo lançamento é mais restrito na abrangência de estilos, além de suas músicas seguirem uma mesma ideia, que é cumprida rigorosamente em a execução da obra.

Se um dia alguém classificou (ou ainda classificam) o Big Pink como uma banda de shoegaze, todo o limitado teor que isso tinha foi parar no espaço com o lançamento do novo álbum. Entretanto, nada importa se Future This traz uma veia que diverge da anteriormente proposta, aparentando-se mais colorido, dançante, aberto e alegre. O segundo trabalho de estúdio do grupo extrai tudo de mais pop e facilmente digerível que havia presente em A Brief History Of Love (2009). Com base na ideia anteriormente apresentada, as novas músicas caminham similares a Dominos, faixa mais conhecida do debut.

Para muitos, a sonoridade mais simples e hi-fi, que, acima de tudo, parecia com algo já antes feito pelo grupo, indicam a escassez de propostas do duo, que na visão de alguns desemboca na construção de um fraco álbum; enquanto, na verdade, evidenciam a capacidade deles em pegar o que mais deu certo em seu debut e, em cima de algo limitado, expandir e criar inúmeras canções de alta qualidade.

Os refrães grudentos são outra marca que nos volta a lembrar de Dominos, que não se mostra só presente nos singles Stay Gold e Hit The Ground (Superman), mas também de outra grande maioria, como da eletrônica Rubbernecking – uma das melhores canções do disco. Apoiada numa belíssima melodia de vocal quase sempre falado e suave, a composição segue como detentora de um ótimo e robótico refrão.

Há inúmeros elementos interessantíssimos distribuídos em todas as faixas que compõem Future This, assim como havia em A Brief History Of Love. Muitos desses elementos, entretanto, pelos álbuns atacarem pra lados diferentes, são distintos, de tal forma que muitos não irão captar ou mesmo gostar dos novos caminhos traçados pelo grupo.

O futuro do The Big Pink está claramente ligado à corajosa mudança que se estabelece no atual trabalho dos britânicos. Um futuro que trouxe novos e diferentes frutos, tão bons quanto os do passado. Um recheado álbum dotado de boas músicas que muito ainda circularão nas discotecagens mais modernas.

 

Future This (2012, 4AD Records)

Nota: 7.4
Para quem gosta de: S.C.U.M, The Rapture e Chapel Club
Ouça: Hit The Ground (Superman) e Rubbernecking.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.