Disco: “Good Man Down”, Ewert And The Two Dragon

/ Por: Cleber Facchi 27/07/2011

Ewert And The Two Dragons
Estonian/Indie/Folk
http://www.myspace.com/ewertandthetwodragons

 

Por: Fernanda Blammer

“Uma banda de rock alternativo vinda de Tallinn, capital da Estônia”, parece até frase montada para brincar com algum aficionado por indie rock, mas não, trata-se do quarteto Ewert And The Two Dragons, banda que se concentra em cima de uma sonoridade graciosa, dividida entre rifes de guitarras e acordes suaves de violão. Depois de um trabalho que pouco circulou em 2009 – denominado The Hills Behind The Hills – a banda retorna com seu segundo álbum de estúdio, passeando pela mesma sonoridade que trouxe a eles relativo destaque ao longo de sua curta carreira musical.

Em quase 50 minutos de duração, Good Man Down (2011, I Love You Records), segundo e mais novo álbum da banda estoniana se transforma em uma porta de entrada para um universo de composições voltadas à um indie pop sofrido e levemente açucarado, sempre rodeado por uma atmosfera folk simplista e aconchegante. Em suas dez composições o quarteto formado por Ewert Sundja, Erki Pärnoja, Kristjan Kallas e Ivo Etti parece manter como única ordem dentro de suas canções a busca constante por um som que se evidencie de maneira bela e emocional.

Quem esperava que por se tratar de um grupo vindo da Estônia seriamos apresentados a algum tipo de som carregado de referências regionais ou características musicais da região de origem da banda pode até se decepcionar em princípio. Muito do que delimita a sonoridade do quarteto europeu está intimamente ligado ao que é construído na musica folk norte-americana ou mesmo no cenário independente sueco, com todo o seu apanhado de bandas ligadas ao Twee Pop, sempre propensas a um tipo de som brando e adocicado.

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A ausência de qualquer tipo de som genuinamente estoniano em nenhum momento prejudica o rendimento do registro, que mantém seus esforços em cima de uma sonoridade bem diluída e feita para encantar o ouvinte. Faixas como Jolene ou a música que dá nome ao disco, por exemplo, cruzam doses de guitarras radiantes, violões, xilofones e teclados para montar as bases de suas composições, abrindo espaço para que os versos românticos e levemente entristecidos possam deslizar pelas reverberações amenas da música.

Embora o álbum se concentre em cima de uma sonoridade graciosa em sua quase totalidade, revelando uma banda que de certo modo evidencie um aspecto pueril, em suas composições mais extensas o quarteto deixa de lado esse aspecto limitado e parte para faixas verdadeiramente grandiosas, não apenas em sua duração. Tanto Panda quanto You Had Me At Hello se orientam de formas distintas em relação ao restante do disco, elaborando uma sonoridade que revela toda a maturidade da banda, tragando o ouvinte para dentro de uma construção atmosférica densa e embebida em melancolia.

Cuidadoso em sua totalidade, Good Man Down peca por se manter de forma excessivamente moderada em algumas composições apresentadas ao longo do trabalho, como a fraca Falling, faixa que mesmo dotada de uma bela letra deixa muito à desejar em sua sonoridade, demasiada básica e pouco inventiva. O registro, entretanto consegue conquistar e manter o ouvinte durante sua execução, apresentando uma banda que cresceu consideravelmente em relação ao seu anterior trabalho e em breve pode nos surpreender com algum grande lançamento.

 

Good Man Down (2011, I Love You Records)

 

Nota: 7.3
Para quem gosta de: Noah and The Whale, Mumford & Sons e Fleet Foxes
Ouça: You Had Me At Hello e Jolene

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.