Disco: “Hollow”, Cut Off Your Hands

/ Por: Cleber Facchi 26/07/2011

Cut Off Yout Hands
New Zeland/Indie/Alternative
http://www.myspace.com/cutoffyourhands

 

Por: Fernanda Blammer

Anteriores a pequena explosão de bandas neozelandesas como The Naked and Famous e Kids Of 88, além de serem instrumentalmente distintos, os integrantes do Cut Off Your Hands voltam com mais um trabalho de inéditas após três anos de exaustivas turnês relacionadas ao seu primeiro trabalho de estúdio, o razoável You & I de 2008. Seguindo pelas mesmas tendências do indie rock norte-americano, a banda mantém sua condução em cima de músicas simples, porém carregadas de versos suaves, sinceros e uma sonoridade límpida.

Hollow (2011, Frenchkiss) parece ser um álbum inteiramente pensado para os fãs da banda, afinal, pouco do que é apresentado no decorrer do trabalho parece se distanciar do que o grupo de Auckland já vinha desenvolvendo em seu lançamento anterior. Entre doses de indie rock dos anos 90 e toques do pós-punk inglês da década de 1980, o grupo segue de forma tranquila, raramente exaltada, porém suficientemente agradável para aqueles que já conheciam a banda desde seus primeiros singles em 2006.

You Should Do Better, música que abre o disco já apresenta muito do que encontraremos ao longo do álbum, que em sua totalidade apresenta nove composições inéditas. Acordes pacatos vão construindo as bases para letras sempre positivistas, que falam sobre amor, problemas do cotidiano e algumas outras amenidades. De maneira sempre branda, guitarras, baixo e bateria buscam de inúmeras formas prestar pequenas homenagens ao som e as composições de grupos como The Smiths (principalmente) e Belle and Sebastian, misturando graciosidade e melancolia em uma tonalidade única.

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Depois de abandonar a banda em 2009 durante a execução da turnê do primeiro disco do  Cut Off Your Hands, o guitarrista Michael Ramirez retorna ao grupo para as gravações do atual registro, um retorno essencial, afinal, muito do que identifica a sonoridade proposta pela banda escapa do instrumento administrado pelo músico. Da primeira à última faixa são as guitarras de Ramirez que delimitam as sonorizações suavizadas que o grupo, proporcionando dentro deste novo álbum um resultado ainda mais agradável do que aquele alcançado no primeiro disco da banda, quando todos os instrumentos pareciam amarrados em uma mesma sintonia.

Mesmo que mantenha uma sonoridade bem definida durante todo o trabalho, Hollow permite que a banda experimente algumas novas estratégias para sua música. Em Hallowed Out, por exemplo, o grupo parece se aproximar dos trabalhos lançados pelo U2 pós-The Joshua Tree, tentando dentro de seus limites soar de maneira grandiosa, o que de certa forma traz melhoras gratificantes ao som da banda. Em Down & Out outro acerto, com o grupo focando em um som mais sujo, completamente distinto de suas sempre límpidas e amenas composições.

Falta sim inovação instrumental ou qualquer tipo de elemento que traga real destaque ao trabalho do grupo neozelandês, entretanto, como foi dito anteriormente a busca musical do Cut Off Your Hands parece manter um limite, algo que todos os integrantes da banda mantém de maneira bem  organizada dentro de suas mentes e compartilham entre si, algo que dificilmente irá mudar em seus futuros discos. Se naturalmente um álbum que lida somente com o básico acaba desagradando, em Hollow isso passa longe de acontecer.

 

Hollow (2011, Frenchkiss)

 

Nota: 7.0
Para quem gosta de: Shout Out Louds, Tokyo Police Club e Belle and Sebastian
Ouça: You Should Do Better e Down & Out

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.