Disco: “Holy Ghost!”, Holy Ghost!

/ Por: Cleber Facchi 08/03/2011

Holy Ghost!
Electronic/Dance/Disco
http://www.myspace.com/holyghostnyc

Por: Fernanda Blammer

Depois de alguns singles, remixes e uma série de apresentações sempre bem comentadas, a dupla nova-iorquina Alex Frankel e Nicholas Millhiser finalmente faz sua estreia e livres de surpresas entregam um trabalho formidável, repleto de canções dançantes, que provavelmente farão parte de boa parte das pistas de dança do mundo todo. O autoentitulado trabalho do Holy Ghost! prova que o duo tem uma arsenal muito maior do que apenas Hold On já antecipava, um disco dinâmico e que rompe a barreira das pistas, servindo com perfeição para mover seu dia-a-dia.

Toda a habilidade da dupla em compor faixas redondas e que nos movem obrigatoriamente para a dança fica evidente na abertura do álbum. Do It Again com suas batidas recheadas e as doses bem aplicadas de sintetizadores não deixam de maneira nenhuma o ouvinte ficar parado, criando uma texturização sonora que facilmente remete a In Ghost Colours (2008) do Cut Copy. Apesar do título e da levada serem muito similares à faixa de mesmo nome lançada no disco We Are The Night (2007) do The Chemical Brothers, a música dos fantasmas sagrados de forma alguma pode ser vista como uma cópia.

Se Blue Songs (2011) do Hercules and Love Affair não conseguiu suprir as expectativa criadas com o debute da banda em 2009, esse álbum da dupla norte-americana faz com que imediatamente você esqueça qualquer fracasso na música eletrônica nos últimos tempos e se apegue a esse compendio de acertos. O álbum é todo trabalhado em cima de bases dançantes, livres de repetições ou clichês que tanto invadem discos do gênero. Lançado através do selo DFA Racords (casa de LCD Soundsystem, Hot Chip, YATCH, entre outros) Holy Ghost! é um álbum que cresce a cada audição.

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=pB30ZXGdenw?rol=0]

Cada uma das doze faixas desse lançamento foram desenvolvida através da utilização de uma aparelhagem vintage, como sintetizadores antigos e baterias eletrônicas de décadas atrás. O uso de tais equipamentos realça toda a versatilidade e o espírito da música disco dos anos 70 e o synthpop da década seguinte. Em Say My Name o duo vai criando uma cama eletrônica que vai sobrepondo efeitos, bips e acréscimos detalhados até que ela exploda de maneira convidativa, esbanjando certo toque de sensualidade em meio a todo o espírito dançante que comanda a música.

A vivacidade das criações não cessa em nenhum momento, se no começo do trabalho é a aposta em canções mais extensas e cuidadosamente elaboradas, na segunda parcela do disco Frankel e Millhiser fluem de maneira mais direta, dissecando a música eletrônica através de batidas secas e tão convidativas quanto nas primeiras músicas do álbum. Nesse grupo está a excelente Slow Motion, rápida e energética a canção que abre em meio a um pequeno coro de vocais, logo vai ganhando adornos ao mesmo tempo complexos e simples por meio de um ritmo envolvente.

O disco porta de maneira inegável um toque sensual e abrasivo em todas as canções, não basta ao duo apenas compor um ritmo dançante é preciso distinção e ela está justamente no toque quente das canções. Static On The Wire, Jam For Jenny, Do It Again e todas as demais faixas fomentam uma necessidade de olhares e toques que deve fazer toda a diferença nas pistas. A dupla não apenas faz bonito nessa estreia, como sabe exatamente como nos cativar.

Holy Ghost! (2011)

Nota: 8.2
Para quem gosta de: Cut Copy, Miami Horror e Grum
Ouça: Do It Again

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.